Vamos ter
futebol em dia de eleições e não é facto inédito. Até gosto de futebol, mas não
deixo de assinalar a falta de respeito que os “negociantes” do sector
demonstram para com um dos pilares da democracia portuguesa. Sintomático da
impunidade que esses senhores parecem sentir perante as autoridades,
experimentando-lhes a complacência, forçando a corda para ver até onde a podem
esticar, e mostrar a todo o mundo que são eles quem “manda”. Ainda bem que o
Governo mostrou querer intervir, proibindo, para futuro (e porque não para já?)
a coincidência no tempo de jogos profissionais com as eleições. Votar, embora
um direito, é também um dever, e os deveres impõem-se com naturalidade. Vão, e
ainda bem, ganhar as eleições sobre o negócio-divertimento, quando não, de
cedência em cedência, correríamos o risco de se ir esvaziando o conceito de
democracia e, quando “acordássemos”, já ninguém saber o que ela é.
Expresso (Carta da Semana), 23.09.2017 - com o título alterado (e bem) para "Futebol, Eleições e Democracia".
Expresso (Carta da Semana), 23.09.2017 - com o título alterado (e bem) para "Futebol, Eleições e Democracia".
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