Esta
Primavera não choveu quase nada. Por exemplo, Abril, que deveria ter
sido de águas mil, foi de águas zero. Agora, estamos em meados de
Setembro, e ainda se verificam temperaturas na ordem dos 30 graus e
até acima. Mas, em contrapartida, ainda em Agosto, choveu
torrencialmente em Trás-os-Montes e na Galiza.
Estes,
são apenas alguns exemplos aqui à” nossa porta”.Aí por esse
mundo fora, são mais que muitos. Destacamos, evidentemente, o
violentíssimo furacão que tem fustigado as Caraíbas e a costa
Leste dos EUA. Ou seja, aí temos, e em força, o resultado das
alterações climáticas. Aliás, tal como os cientistas há muito,
têm alertado. Caracterizam-se por fenómenos extremos e cada vez
mais frequentes. As causas também já as conhecemos: a redução do
oxigénio e o aumento de dióxido de carbono que provoca o efeito de
estufa, e este, o aumento da temperatura atmosférica com todas as
consequências que constatamos, não esquecendo o degelo dos polos e
o subsequente aumento do nível dos mares. E por trás de tudo isto,
também sabemos que está a ação predadora do homem. Ainda há
dias, o Sr. Temer, no Brasil, decretou o fim de uma reserva natural
na Amazónia quase do tamanho de Portugal. É devastação de
florestas tropicais não só no pulmão da terra, mas um pouco por
todo o mundo, para o cultivo intensivo de espécies mais rentáveis;
em África, na Indonésia, nas Filipinas, na Malásia, e ainda os
criminosos incêndios. Nos mares, a poluição é tanta, sobretudo de
plásticos, que são milhões de toneladas com efeitos devastadores
na fauna marítima.
E
podíamos ficar por aqui que a triste lista já vai longa, mas não
ficamos , porque nem só de grandes patifarias se alimenta a
poluição. Quem é que não reparou já nas bermas de estradas e
caminhos deste país, valas rios e ribeiras e um pouco por todo o
lado onde passem “pessoas”? E quem é que, com um mínimo de
sensibilidade, não fica incomodado com tanto lixo? Com tanta
irresponsabilidade criminosa? Até a separação do dito , nos
ecopontos, cada vez é menor.
Portanto,
trata-se tão mal a Mãe Natureza! E ela, poderosa e indomável,
limita-se a responder-nos como merecemos.
Irresponsável
e criminosamente, resvalamos para o abismo.
Francisco
Ramalho
Corroios,
12 de Setembro de 2017
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