A publicidade às grandes superfícies para a compra de material escolar, é feita quase diariamente no período de recomeço do regresso às aulas, em formato hiper, pelos jornais. De forma despudorada, escondem publicidade, e impulsionam pais e alunos à compra naqueles lugares, e até acrescentam os materiais que constituem “kits”, bem como o preço, e aonde comprar melhor. E tal publicidade, camuflada, ao jeito de aconselhamento, dura e dura e dura, com uma energia tal, que quase ninguém resiste a passar por tais superfícies e carregar o que quer e não quer, deixando o coelhinho ou o peluche da moda estupefacto, por lá a rolar. E é aqui que a porca torce o rabo. Embalados neste canto pelos jornais, os progenitores e encarregados da educação dos alunos, acabam por adquirir o que é o objectivo principal, e levam no embrulho, o que é supérfluo, e que lhes acabará por pesar no bolso e na pasta, que se pretende seja aliviada de peso. Os jornais ao fazer este “favor”, certamente com toda a generosidade e compaixão pelos pais e avós dos educandos, prejudicam gravemente a rede de papelarias específicas e familiares, que dão emprego a um ou outro colaborador. O encaixe(!) por parte dos jornais resultante de tal publicidade favorecedora e angariadora de clientes, acaba por ter razão de existir, e de levantar dúvidas naqueles que suportam o pequeno e pouco lucrativo negócio papeleiro, que passam a existir apenas para fornecer o remanescente, o que está em falta nas prateleiras e tabuleiros dos super mercados, ou aquilo que esqueceu, ou que a lista de casa revelou estar incompleta. Para além das chinesices que abundam por toda a calçada e bastam que fedem, só faltavam os aliados jornais, como habitualmente, juntarem-se ao grande negócio e complexo mercado, que formam as cadeias de vendas por atado e aos molhos, e aonde se deslocam em passeio e em recreio famílias inteiras, felizes à entrada, e desconsoladas à saída ou mais tarde, quando não desavindas. Aos papeleiros resta-lhes subir os preços nos materiais muito específicos, de alta qualidade, e que não sejam fáceis de encontrar nos grandes mercados, e deles tirarem o rendimento suficiente para a sua sobrevivência. A qualidade, para quem a quer e dela se exige na escola que marca a diferença, e é precisa para obter bom rendimento e apresentar bom trabalho, também deve ter um valor a pagar. Quem não puder comer caviar, que roa tremoço!
*-(hoje no DN.madª. O JN é o campeão desta fraude. Faz reportagem enganoso, usando alunos exemplo, e encobre a publicidade que lhe é colada)
Sem comentários:
Enviar um comentário
Caro(a) leitor(a), o seu comentário é sempre muito bem-vindo, desde que o faça sem recorrer a insultos e/ou a ameaças. Não diga aos outros o que não gostaria que lhe dissessem. Faça comentários construtivos e merecedores de publicação. E não se esconda atrás do anonimato. Obrigado.
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.