terça-feira, 12 de setembro de 2017

Tanto filantropismo à custa do alheio

Todos nós vamos constatando que os cataclismos naturais vão acontecendo a um ritmo cada vez mais avassalador. E tudo por causa do inquilino da Mãe Natureza, que nada dela preserva, tratando-a tão duramente, fazendo com que ela não se consiga recompor das mazelas infligidas.
Assim, pergunto por que razão se subsidia os nossos turistas, que vão para locais onde frequentemente acontecem esses naturais desastres, indo-os buscar à custa de toda a comunidade, como se tivessem prestado um relevante serviço à Pátria, quando, isso sim, vão deixar divisas em terras inóspitas?
Finalmente, para rematar a minha modesta mas sincera opinião, deixo-vos com o seguinte relato televisivo a que assisti: na chegada a um aeroporto nacional de um conjunto de turistas que tinham ido para as Caraíbas, a jornalista em serviço no local quis saber o que se tinha passado, chegando até à fala com um chefe de família que disse que tinham, ele e seus familiares, ido depois do aviso de grande tormenta para aquelas paragens, para assim, com enorme desplante, responder: ‘se fosse a pensar nessas coisas, a gente não saía de casa’!
Resumindo, cá está o estúpido Zé pagante para pagar tanto egoísmo para tanta estupidez humana.

NOTA: texto publicado pelo DESTAK de 14/9

José Amaral

5 comentários:

  1. Desculpe-me as perguntas, José Amaral:
    1.Devemos concluir que gastar dinheiro no resgate e repatriamento de compatriotas apanhados pelas tempestades nas Caraíbas é desperdício?
    2.Se sim, é só porque estavam lá em férias “milionárias”?

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  2. Meu Caro Amigo, apesar de estarmos numa democracia que não conseguimos sustentar, vê-se muito bem que a manta que a sustém é demasiado curta para fazer face às muitas cigarras que vivem à custa das operosas formigas.
    As minhas férias são passadas na aldeia a trabalhar no campo, juntamente com a minha esposa. Ainda agora saí do meu pequeno lagar, no qual fiz cento e poucos litros de vinho. Se visse as nossas mãos e os nós pés ficaria certamente com uma má impressão. Todavia os socalcos durienses que tantos admiram são trabalhados com muito suor e até lágrimas, em que muitos durienses nunca gastaram um chavo para os irem buscar aos locais paradisíacos para alguns compatriotas foram de livre vontade.
    Só entre 1966 e 1968 é que estive a passar umas 'merecidas férias' na Guiné Bissau e não as pedi, para me meter na boca do lobo, como muitos incautos - agora - o fazem de livre vontade.

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    1. Nem imagina o quanto eu compreendo as opções, forçadas ou voluntárias, que cada um toma relativamente aos destinos das suas próprias férias. Nem imagina, também, o quanto eu valorizo aqueles que transformam esse tempo livre em algo de produtivo, útil para si e para a sociedade, e muito mais se for por vontade própria. O José Amaral respondeu-me, o que lhe agradeço, mas, salvo melhor opinião, não respondeu às minhas perguntas: é ou não desperdício? Repare que não estou a meter no “saco” dos portugueses nas Caraíbas aqueles que por lá estão, não em férias, mas em trabalho.

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  3. Olá, Companheiro! Eu só falei dos turistas lusos. Quem trabalha nessas paragens deve ter todo o amparo da sua pátria - PORTUGAL.

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    1. Pronto, José Amaral, fiquei esclarecido. Embora não da forma directa que eu gostaria, acho que respondeu às minhas perguntas. Obrigado.

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