sábado, 30 de setembro de 2017

IRREVERÊNCIA, OU SERVILISMO E CARNEIRISMO?



Apesar dos casos extremos como o do Meco, as tristemente famosas praxes, persistem. A rapaziada da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, criou mesmo um código onde consta que “ os caloiros devem ser incondicionalmente servis obedientes e resignados”. E eles e elas, para serem bem aceites entre os seus pares veteranos, indignamente, submetem-se mesmo a todos as sevícias e vexames.
A irreverência, que sempre foi uma condição inerente à juventude, deu lugar ao servilismo e ao carneirismo? É que não são apenas estes casos ( muitos) relacionados com as praxes! Segundo estudos recentes, como por exemplo o da Faculdade de Motricidade Humana da Universidade Técnica de Lisboa, o consumo de drogas, álcool e fast food ( comida de plástico) tem aumentado exponencialmente. Por exemplo, no primeiro caso, as drogas, desde 1998, aumentou para o dobro.
Outro dado, é que já praticamente não há diferença de comportamento entre rapazes e raparigas. Havendo mesmo casos, como no consumo de tabaco, em que elas já os ultrapassaram. Outro exemplo em que tem havido um nivelamento, é na linguagem. Na utilização compulsiva de palavrões.
Evidentemente que diversos fatores explicarão este comportamento, onde não é alheio a educação na casa dos pais e na Escola. Mas há um determinante: a imitação. Fazem-no, por que os outros o fazem. Porque não dizem não. Porque são macaquinhos/as de imitação.
Finalmente, onde também não dizem não, é à precariedade laboral, aos salários miseráveis, ao desemprego. Dizem não, é ao sindicalismo, à política, ao associativismo e a outras formas de se libertarem da alienação e da subordinação.
Francisco Ramalho
Corroios, 30 de Setembro de 2017


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