quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Poema

(os dias d´hoje)
- Não trago hoje boas novas.
As palavras são as da véspera,
e repetidas até à exaustão.
O mundo teima em ser igual,
e as pessoas não mudaram seus costumes.
Não melhoram, e seguem presos à idiotia
que os traz no verbo oco, sem conjugação
no tempo presente e no futuro.
As notícias de hoje são vazias
tal como os dias certos mas inseguros,
numa rotação que nem a ciência
arrisca dar continuidade com vida.
A Humanidade, tem como horizonte,
o espaço limitado pelo olhar curto
de uma ambição sem lógica,
mas que toca a morte farta.
Já não sei sequer sonhar
com uma flor, ou uma amizade.
O ar tem mais cinza que humidade
e tudo seca por falta de um sorriso,
ou de uma mão estendida,
e limpa de pó e de ofensa.
As palavras, amor e paz, partiram,
e nem adeus disseram à ida,
como se quisessem perderem-se
no labirinto da escuridão.
Mesmo assim, farei delas companhia,
e descansarei no silêncio,
do seu tão saudoso canto -
- outrora esperançoso e belo,
agora esquálido sermão!

                          



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