sábado, 30 de setembro de 2017

Gerigonschaft


Geringonschaft

30 SET 2017 / 02:00 H.




    Dos resultados extraídos das eleições dos germanos de Merkel, pode-se retirar entre outras, a lição e ilação, de que quase ninguém parece satisfeita com a Alemanha política. Na Europa do sul e gregos às aranhas, pelo menos, já muitos se manifestaram pouco agradados com o poderio esmagador imposto pelas medidas da frau presidente e do seu austero contabilista, apostado em conseguir sobre rodas, objectivos que façam dobrar os debilitados. Internamente verificou-se que os alemães que foram às urnas, enfiaram o boletim de descontentamento, pelo caminho que a srª Merkel os está a conduzir, de tal modo que elegeram para o “reichtag” uma força partidária de extrema direita, o AfD, e debilitaram um partido de poder, o SPD do social democrata, Shulz, atirando-o para a penumbra da oposição no Parlamento, como nunca houvera acontecido. Se os resultados denunciam a contestação generalizada que vai na Baviera, contra a política de migração em massa, e da abertura das portas e das pernas à entrada de tudo quanto é sinal de perigo para a ordem e estabilidade do povo bávaro, com que sentimento estaremos nós os do sul da Europa desigual, que nunca experimentamos a qualidade de vida a que expiramos, mesmo agarrados ao trabalho duro, mas não compensador, que só nos provoca amargos de coração? Segue-se agora, a batalha para a formação de um governo que terá de se constituir numa incerteza, como é próprio das coligações entre partidos com credos interesseiros. Cada formação candidata a entrar na governação da Alemanha, vai puxar pelos galões que os votos permitem, e exigir mais do que o esperado. A Chanceler Merkel, vai ter de ceder, e engendrar uma composição atrelada à eficácia, que faça com que o país prossiga na frente, ao comando da Europa instável e em crise. Tudo indica que ali nas margens do Reno, vai rolar uma Geringonschaft, a fazer lembrar-nos uma outra que sobrevive por cá, que tem obtido sucesso a conta gotas, num país pouco exigente ou que se satisfaz com pouco. Nós os portugueses. Um povo a quem Almada Negreiros, achava que só precisava de coragem para obter qualidades, já que defeitos já os tinha por completo!

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