Quando
ajoelhar, normalmente um sinal de subserviência, é transformado num acto de
exaltação da dignidade humana, como têm feito celebridades do desporto e da
música norte-americanas, rejeitando os impropérios expelidos pelo seu
presidente, plenos de ódio e discriminação racial e de género, o gesto ganha
altivez e nobreza de princípios. Paradoxalmente, é um registo de desobediência,
digno de Gandhi, e denuncia uma força superior sob a capa de aparente
fragilidade pacifista.
Após as
eleições alemãs, com a estridência de políticos extremistas a desenganar o suspiro
de alívio que a Europa exalou com a derrota populista em França, ressurgem
alguns fantasmas xenófobos. O Homem, definitivamente, tem grande dificuldade em
aprender com os seus próprios erros e acalenta sempre um desejo de esquecimento
de certos passados, o que, muitas vezes, lhe é fatal. Teremos, a curto prazo, de
protestar, resistir e lutar? Se sim, nem que seja de joelhos.
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