quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Também me ajoelho


Quando ajoelhar, normalmente um sinal de subserviência, é transformado num acto de exaltação da dignidade humana, como têm feito celebridades do desporto e da música norte-americanas, rejeitando os impropérios expelidos pelo seu presidente, plenos de ódio e discriminação racial e de género, o gesto ganha altivez e nobreza de princípios. Paradoxalmente, é um registo de desobediência, digno de Gandhi, e denuncia uma força superior sob a capa de aparente fragilidade pacifista.

Após as eleições alemãs, com a estridência de políticos extremistas a desenganar o suspiro de alívio que a Europa exalou com a derrota populista em França, ressurgem alguns fantasmas xenófobos. O Homem, definitivamente, tem grande dificuldade em aprender com os seus próprios erros e acalenta sempre um desejo de esquecimento de certos passados, o que, muitas vezes, lhe é fatal. Teremos, a curto prazo, de protestar, resistir e lutar? Se sim, nem que seja de joelhos.

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