segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Optimismo  contagiante


Quando Bill Gates deixou o comando da “sua” Microsoft e anunciou dispensar parte da fortuna para uma fundação filantrópica, juntamente com a mulher, Melinda, os comentários de outros ricos, incapazes de distribuir seja o que for, não foram nada simpáticos, ao ponto de até as crianças da escola que a filha frequentava dizerem à miuda que ia deixar de poder frequentar aquela escola porque o pai ia ficar pobre; contou ele que a filha chegou um dia a casa muito preocupada, querendo saber dos pais se era verdade o que lhe tinham dito, tendo que lhe prometer que não, que ainda ficava muito dinheiro para ela...

Pela primeira vez na sua história de 94 anos, a Time convidou uma personalidade de outras lides para ser o responsável por uma edição, a primeira de 2018, precisamente Bill Gates, que recorreu a vários nomes de reconhecido mérito para levar a cabo a tarefa.

E é consolador ver que todos eles põem em relevo as coisas boas que acontecem, ao contrário do que tem feito escola, que é valorizar tudo quanto é negativo em prejuízo do que corre bem. Dando ao editorial o título “The good news”, escreve Gates:

“Reading the news today does not exactly leave  you feeling optimistic. (…) Your heart breaks for every person who is touched by these tragedies. (…) But these events – as awful as they are – have happened  in the context of a bigger, positive trend. On de whole, the world is getting better.

This is not some naively optimistic view; it´s backed by data. Look at the number of children who die before their  fifty birthday. Since 1990, that figure has been cut in half. That means 122 million children  have been save in a quarter-century.

And that´s just one measure. In 1990, more than a third of the global population lived in extreme poverty; today only about a tenth do. A century ago it was legal to be gay in about 20 countries; today, it´s legal in over 100 countries. Women are gaining political power and now make up more than a fifth of members of national parliaments- and the world is finaly starting to listen  when women speak up about sexual assault”.

Bom, todo o artigo está repleto de números que mostram termos evoluído muito, apesar de haver ainda muita coisa preocupante, razão pela qual Bill Gates, no seu papel de “Guest Editor”, diz que “The future is bright”! Que Deus o ouça...


Amândio G. Martins



5 comentários:

  1. O seu texto deu-me que pensar, até porque ainda há pouco li um excelente livro que também referia que hoje se morre muito menos e as mortes em guerra são em número muito menor que por outra causas. Só que os números são muitas vezes enganadores se olhados isoladamente e não avaliados em análise estatística e depois lidos através de indicadores rigorosos que lhes dão validade ou não. O célebre "valor estatístico". Isto para além de deverem incorporar-se numa visão global que os cerca, com outros números, de outros assuntos, que correm em simultâneo com os primeiros. E, nesta última visão, as noções de crescimento/desenvolvimento "linear" ou "exponencial" faz as coisas serem diferentes. E o último, mormente nos últimos setenta anos (ou menos), tornou o primeiro quase um "dinossauro". Imaginará a pergunta que me fica a bailar, não é? Isto para não falar da "distribuição", mas não caberá nesta nossa troca de opiniões.

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  2. Amigo Górgias, confesso que o que Gates disse na língua que Trump usa, melhor seria se fosse traduzido para a Língua de Camões, que é a que sei melhor.
    Um abraço.

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  3. O desenvolvimento humano, nos seus vários aspectos,é uma realidade bem visível, embora haja retrocessos naqueles lugares onde também é forte a maldade humana. A redistribuição da riqueza é que é a nódoa de sempre, com os políticos liberais e pseudo social democratas a fazerem o jogo dos poderosos, que exigem sempre via livre em matéria de impostos e desregulação do trabalho como condição para investir alguma coisa. E com o são raros os que aceitam repartir de livre vontade, não há outra maneira que não seja pelos impostos e pela competência na sua administração...

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  4. Ó senhor Amaral, eu só trancrevi o mínimo do extenso artigo de Gates, que posso resumir assim: "As notícias que lemos não são de molde a deixar-nos optimistas, com tantas tragédias que nos partem o coração; mas estes acontecimentos, por horríveis que sejam, verificam-se num contexto de mudança para um mundo melhor. E não é uma visão excessivamenbte optimista, ela é comprovada pelos dados: comparando o número de crianças que moriam antes dos cinco anos, desde 1990 passou para metade, significando que 122 milhões foram salvas num quarto de século. Outro dado mostra que em 1990, mais de um terço da população vivia em extrema pobreza; hoje é uma décima parte daquele número. Há 100 anos só havia 20 países onde ser gay não era crime, hoje já são mais de 100. As mulheres ganharam poder político, já sendo um quinto dos membros dos parlamentos nacionais; finalmente o mundo começa a ouví-las quando se queixam de abusos sexuais"...

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  5. Grato lhe estou, Companheiro deste 'nosso', 'vosso' e 'meu', o qual usufruo graças à Maria do Céu.

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