Optimismo contagiante
Quando Bill Gates deixou o comando da “sua” Microsoft e
anunciou dispensar parte da fortuna para uma fundação filantrópica, juntamente
com a mulher, Melinda, os comentários de outros ricos, incapazes de distribuir
seja o que for, não foram nada simpáticos, ao ponto de até as crianças da
escola que a filha frequentava dizerem à miuda que ia deixar de poder
frequentar aquela escola porque o pai ia ficar pobre; contou ele que a filha
chegou um dia a casa muito preocupada, querendo saber dos pais se era verdade o
que lhe tinham dito, tendo que lhe prometer que não, que ainda ficava muito
dinheiro para ela...
Pela primeira vez na sua história de 94 anos, a Time
convidou uma personalidade de outras lides para ser o responsável por uma
edição, a primeira de 2018, precisamente Bill Gates, que recorreu a vários
nomes de reconhecido mérito para levar a cabo a tarefa.
E é consolador ver que todos eles põem em relevo as coisas
boas que acontecem, ao contrário do que tem feito escola, que é valorizar tudo
quanto é negativo em prejuízo do que corre bem. Dando ao editorial o título
“The good news”, escreve Gates:
“Reading
the news today does not exactly leave
you feeling optimistic. (…) Your heart breaks for every person who is
touched by these tragedies. (…) But these events – as awful as they are – have
happened in the context of a bigger,
positive trend. On de whole, the world is getting better.
This is not
some naively optimistic view; it´s backed by data. Look at the number of
children who die before their fifty
birthday. Since 1990, that figure has been cut in half. That means 122 million
children have been save in a
quarter-century.
And that´s
just one measure. In 1990, more than a third of the global population lived in
extreme poverty; today only about a tenth do. A century ago it was legal to be
gay in about 20 countries; today, it´s legal in over 100 countries. Women are
gaining political power and now make up more than a fifth of members of
national parliaments- and the world is finaly starting to listen when women speak up about sexual assault”.
Bom, todo o artigo está repleto de números que mostram
termos evoluído muito, apesar de haver ainda muita coisa preocupante, razão
pela qual Bill Gates, no seu papel de “Guest Editor”, diz que “The future is
bright”! Que Deus o ouça...
Amândio G. Martins
O seu texto deu-me que pensar, até porque ainda há pouco li um excelente livro que também referia que hoje se morre muito menos e as mortes em guerra são em número muito menor que por outra causas. Só que os números são muitas vezes enganadores se olhados isoladamente e não avaliados em análise estatística e depois lidos através de indicadores rigorosos que lhes dão validade ou não. O célebre "valor estatístico". Isto para além de deverem incorporar-se numa visão global que os cerca, com outros números, de outros assuntos, que correm em simultâneo com os primeiros. E, nesta última visão, as noções de crescimento/desenvolvimento "linear" ou "exponencial" faz as coisas serem diferentes. E o último, mormente nos últimos setenta anos (ou menos), tornou o primeiro quase um "dinossauro". Imaginará a pergunta que me fica a bailar, não é? Isto para não falar da "distribuição", mas não caberá nesta nossa troca de opiniões.
ResponderEliminarAmigo Górgias, confesso que o que Gates disse na língua que Trump usa, melhor seria se fosse traduzido para a Língua de Camões, que é a que sei melhor.
ResponderEliminarUm abraço.
O desenvolvimento humano, nos seus vários aspectos,é uma realidade bem visível, embora haja retrocessos naqueles lugares onde também é forte a maldade humana. A redistribuição da riqueza é que é a nódoa de sempre, com os políticos liberais e pseudo social democratas a fazerem o jogo dos poderosos, que exigem sempre via livre em matéria de impostos e desregulação do trabalho como condição para investir alguma coisa. E com o são raros os que aceitam repartir de livre vontade, não há outra maneira que não seja pelos impostos e pela competência na sua administração...
ResponderEliminarÓ senhor Amaral, eu só trancrevi o mínimo do extenso artigo de Gates, que posso resumir assim: "As notícias que lemos não são de molde a deixar-nos optimistas, com tantas tragédias que nos partem o coração; mas estes acontecimentos, por horríveis que sejam, verificam-se num contexto de mudança para um mundo melhor. E não é uma visão excessivamenbte optimista, ela é comprovada pelos dados: comparando o número de crianças que moriam antes dos cinco anos, desde 1990 passou para metade, significando que 122 milhões foram salvas num quarto de século. Outro dado mostra que em 1990, mais de um terço da população vivia em extrema pobreza; hoje é uma décima parte daquele número. Há 100 anos só havia 20 países onde ser gay não era crime, hoje já são mais de 100. As mulheres ganharam poder político, já sendo um quinto dos membros dos parlamentos nacionais; finalmente o mundo começa a ouví-las quando se queixam de abusos sexuais"...
ResponderEliminarGrato lhe estou, Companheiro deste 'nosso', 'vosso' e 'meu', o qual usufruo graças à Maria do Céu.
ResponderEliminar