sábado, 13 de janeiro de 2018


PÚBLICO 13. Janeiro.2018https://imagens.publicocdn.com/imagens.aspx/2018/01/13/Publico%20Porto/Publico_Porto-20180113.jpg?tp=ARQUIVO



O PSD não é só um problema de chefia



A social-democracia tem tradições essencialmente mais a norte da Europa, em que não prejudicando ninguém tenta proporcionar um “melhor estar” a todos, até com alguma “distribuição equitativa” de rendimentos, pela via de impostos não desproporcionados, e quem tem mais indirectamente ajuda quem tem menos.



A dada altura, a social-democracia quase se confundiu com socialismo democrático. Ideias e ideais que por todo o lado se foram esbatendo e desprezando, mas que seria necessário recuperar, sem exageros de esquerdas demasiado esquerdistas de tudo “tirar” aos ricos para dar aos pobres, mas de facto havendo necessidade de harmonizar excessos quer de riquezas, quer de pobrezas.



E uma das funções correctamente assumidas pelas sociais-democracias e pelos socialismos democráticos foi sendo feita, até no nosso país, tentando — embora nem sempre conseguido — ser-se menos desigual.



Nos últimos anos, o PSD esqueceu totalmente a social-democracia e entrou por um liberalismo a todo o custo, quase com intenção única de ser poder.



O que foi aproveitado, e bem, pelo PS, para se chegar um pouco mais à esquerda com ideias mais igualitárias.



E hoje temos um PSD não com uma crise de chefias, mas com uma crise de identidade. O que é hoje o PSD? Social-democrata não é de certeza, cada vez mais encostado à direita, tendo ultrapassado o CDS, que hoje tenta não estar excessivamente à direita.



Assim, no PSD não há só que mudar de chefe, mas o partido, que precisa de saber o que quer ser e qual a doutrina a seguir.



Augusto Küttner de Magalhães,

Porto

2 comentários:

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