Irresistível atracção do microfone...
Quando Sousa Cintra foi pela primeira vez presidente do Sporting,
tornou-se rapidamente a coqueluche da Comunicação Social que, sempre
que não tinha nada melhor, lá ia ter com ele, directamente ou por telefone, e
abria-se uma torneira de inesgotáveis hilaridades.
Era ainda muito raro o telefone móvel mas ele já tinha uma
daquelas coisas enormes que qualquer empresário que se prezasse fazia questão
de exibir; ligaram-lhe de uma rádio para o carro e o ele não se fez rogado.
Decorria a conversa normalmente quando, de repente, o homem desata a praguejar,
“mas que estupidez, p. que p.” de tal
forma que o jornalista, atónito, perguntou se era com ele: que não, tinha era acabado de beber uma água e atirou
pela janela do carro a garrafa vazia, mas como tinha o vidro fechado, ficou em
fanicos a janela e a garrafa!
De outra vez, estando programado para Alvalade um festival
de rock com uma famosa “estrela” do dito, os jornalistas quiseram saber dele o
que pensava daquele artista, respondendo prontamente que era um grande jogador,
mas o plantel para a próxima época já estava fechado...
Vem isto a propósito das vacuidades com que alguns
sindicalistas insistem em poluír o espaço público, sem terem a menor ideia de
que só desacreditam a sua nobre função. Levando em consideração haver na
Administração Pública gente de alta qualidade que lamenta ser obrigada a
reformar-se, só porque completou 70 anos de idade, o Governo acolhe a ideia que
permite a quem quiser continuar poder fazê-lo, sem prejuízo daqueles que querem
mesmo saír.
Todavia, alguns “dinossauros" do sindicalismo não encontram
nada mais inteligente para dizer acerca do assunto do que isto: “Apenas
contribui para mais um ataque aos direitos dos trabalhadores e potencia a
degradação dos serviços”; perante isto só apetece dizer “caca Nelinho”...
Amândio G. Martins
Comparar comentários de Sousa Cintra com o que dizem sindicalistas sobre o trabalhar para além dos 70 anos, é mais uma garrafa atirada contra o vidro fechado... Embora possa não estar totalmente de acordo com comentários sobre o trabalhar para além dos 70 anos, sempre direi que quem trabalhou e trabalha no durinho uma vida inteira, no sector público ou privado, não quer estar até aos 70 anos...
ResponderEliminarO que quis dizer, senhor Ernesto Silva, é que um e outros, vendo à frente um microfone aberto, disparam o que vem à cabeça sem medir o que dizem; e parece-me que o senhor fez o mesmo quando deixa entender que quem pede para continuar a trabalhar depois dos setenta é porque terá andado a fazer batota a vida toda...
ResponderEliminarNão disse nada do que afirma... embora ambos saberemos que há sempre a hipótese de alguns batoteiros... o que reafirmo é que quem trabalha 7 ou 8 horas por dia, todas as semanas, em funções que exigem esforço físico, psíquico, intelectual, desgaste emocional, períodos de stress, etc., ao fim de 35/40 anos, normalmente não terá disponibilidade para prolongar essa mesma actividade nas mesmas condições. Há ainda as profissões consideradas de desgaste rápido (mineiros, pescadores, pilotos, controladores aéreos, etc.), que têm regimes de reforma mais favoráveis.
ResponderEliminarMas parece-me claro que a medida em discussão não se destina a nenhuma dessas categorias profissionais que aponta; o alvo são pessoas de alta craveira intelectual, para quem o trabalho significa muito mais que um mero emprego para levar um ordenado ao fim do mês, que manifestam vontade de continuar e de quem o país só tem a ganhar se não saírem...
ResponderEliminarAs pessoas de alta craveira intelectual (quem as classificaria como tal?...), podem sempre continuar a contribuir para o país, se essa for a sua vontade e objectivo... e a situação de reforma liberta-as do cumprimento de horários e outras obrigações inerentes a funções que desempenhem... o que também merecem.
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