terça-feira, 21 de agosto de 2018

TERRA DA MELANCOLIA




Terra da melancolia
Rasas planícies de mágoa
Branca dolência tardia
Terra da melancolia
Tanto calor, pouca água

Mourisca forma de estar 
Depressiva porventura
O tempo teima em passar 
No espaço há tanta fartura

Quem por lá passa não sabe 
Das coisas de quem lá vive
À espera que a dor se acabe 
Terra dum pai que não tive

Terra da melancolia
Rasas planícies de mágoa
Branca dolência tardia
Terra da melancolia
Tanto calor, pouca água


Ao largo velhos sentados 
Aos novos ninguém os vê
Partiram para outros lados 
Vão voltar de quando em vez

Às vezes, sou mais um estranho 
Vagueando ao Deus-dará
Outras vezes sou daqueles 
Que nunca saem de lá

Terra da melancolia
Rasas planícies de mágoa
Branca dolência tardia
Terra da melancolia
Tanto calor, pouca água

Ainda que lento o dia 
A noite nunca se atrasa
Branca dolência tardia 
Terra da melancolia
Do cante e da minha casa

Letra e música: Duarte

Um dos mais belos poemas sobre o Alentejo.
Oiçam o seu autor interpretá-lo acompanhado pelo grupo Cantares de Évora. Simplesmente divinal.


1 comentário:

  1. É um poema muito bem conseguido. E quem é alentejano fá-lo e sente-o muito melhor

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