Ou: - A velhice é muito bonita, não acham? Interrogam ou corroboram outras pessoas.
Estes generosos e míopes aconchegos eufemistas deixam-nos bastante angustiados, por não ser verdade o que se afirma.
Todo este rosário de afirmações não sentidas é muito pior do que conteúdo do provérbio ‘com palavras e bolos se enganam os tolos’.
No nosso modo de ver, a velhice nunca será bonita, pois ela encerra o fim do viço, e em que tudo foi belo e agora se desmoronou.
Assim, após o crepitar incessante da quente labareda, só restam as cinzas, em que qualquer luminoso dia se tornará sempre na mais escura das noites.
Faça-se um périplo pelas urgências dos hospitais ou então pelos lares da derradeira idade, e aquilate-se da decrepitude acelerada do corpo humano.
A minha Mãe, que faleceu com 90 anos, às pessoas que lhe diziam "a D. Rosinha está sempre na mesma", respondia com a sua inteligência acutilante: não me diga que eu, há 40 anos anos, já era este tropeço!...
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