Ele saberá onde lhe
dói mais...
A Time de 9 de Julho passado dedicava a capa com uma linda mulher ao volante e seis páginas
ao progresso que, na Arábia Saudita, já permite às mulheres conduzir automóvel; no
mais recente número da dita revista um cidadão do Bangladesh, de nome Fazal-ur-Rahman,
na página “Conversation”, destinada ao feedback dos leitores, critica a
preocupação dos ocidentais com a forma de vida das sauditas.
“Durante muitos anos
a comunicação social ocidental falou das restrições legais que impediam as
sauditas de conduzir um automóvel, classificando-as como um entrave à sua
liberdade e progresso; mas este é um
velho problema dos ocidentais, querer impor aos outros o que eles entendem ser
progresso.
Mas aqueles países muçulmanos cuja riqueza pode proporcionar
à mulher ter carro também lhe pode proporcionar um motorista profissional para as conduzir
aonde queiram; a sociedade saudita tem imensos problemas por resolver, mas a
lei que impedia as mulheres de conduzir não era um deles.
Muito mais importante para um mundo mais justo seria
denunciar problemas sociais tão sérios como, por exemplo, o péssimo tratamento
a que são sujeitas as empregadas domésticas estrangeiras na Arábia Saudita”.
Embora me pareça que este “Fazal” mistura um bocado alhos
com bugalhos, porque uma melhoria não significa impedir a outra, não deixo de
lhe dar alguma razão...
Amândio G. Martins
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