E já vem
tarde. A União Europeia encara, finalmente e com determinação (veremos!), a
aplicação de sanções à Polónia, que podem ir até à retirada do direito de voto
no Conselho Europeu, punição pela recusa da independência do poder judicial.
Está na hora
de obrigar quem quer fazer parte da UE a obedecer às condições de admissão. Chega de paliativos. Já nos bastava andar por aí uma deputada europeia,
fascista renegada e não assumida, a querer usufruir dos palcos reservados aos democratas.
Não espanta que
apareçam gargantas – muitas, demais! – a dizer, de forma tão “candidamente
correcta”, que não lhe devemos tirar a voz e, pelo contrário, devemos contraditá-la
em cima do mesmo palco. Já Francisco Louçã defrontou o papá Le Pen, em 1990,
olhos nos olhos, melhor, ombro a ombro, e bem se viu quem foi mentiroso e arruaceiro.
Era bom, sim, se não conhecêssemos o que a História nos ensina sobre essas
liberalidades. Hitler e o partido Nazi, no país de Beethoven e Marx, com o
respaldo de quatro vezes mais votos do que Marine Le Pen, atingindo, em 1933, a
incrível marca de 92% do eleitorado alemão, também beneficiaram da tolerância
democrática. E depois? Bem, depois, foi o que se viu. Para evitar milhões de
mortos e outras vítimas, teria valido a pena calá-lo.
É legítimo
cercear a liberdade de “alguns” em defesa de todos os outros. Bem sei que as
inibições impostas por governos (felizmente, não foi o caso, em Portugal, a
propósito dos convites a oradores na Web Summit) podem abrir precedentes perigosos.
Neste capítulo, a intervenção cívica, com ou sem partidos, tem de ser – e foi -
fundamental. E o “princípio” deverá ser sempre o mesmo: nenhuma liberdade aos
inimigos da liberdade. Não é má vontade, é, simplesmente, um mecanismo de
defesa. Porque ninguém tenha dúvidas de que esses inimigos da liberdade se
aproveitarão dela para a destruir na primeira oportunidade.
Expresso - 25.08.2018 (adaptado/encurtado pelo autor).
Expresso - 25.08.2018 (adaptado/encurtado pelo autor).
Sem comentários:
Enviar um comentário
Caro(a) leitor(a), o seu comentário é sempre muito bem-vindo, desde que o faça sem recorrer a insultos e/ou a ameaças. Não diga aos outros o que não gostaria que lhe dissessem. Faça comentários construtivos e merecedores de publicação. E não se esconda atrás do anonimato. Obrigado.
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.