Fascistas de costela comunista

 

Tal como ainda hoje há por cá gente simpatizante da época salazarista, mesmo não tendo vivido essa negra época, assim também existem fanáticos da praga comunista que assolou as terras da Rússia e sua vizinhança, mesmo que daí só tenha resultado miséria e morte para os povos que àquilo se viram submetidos.

 

Assim, como aquela ideologia desgraçada só poderia ter gerado monstros, para se continuarem aproveitando das riquezas que a terra dá, e os saudosistas da doutrina anterior que por cá vegetam ainda não perceberam, ou não querem perceber, que tudo se desmoronou, precisamente porque não prestava mesmo, olham nos aproveitadores daquela tragédia humanitária, que foi o comunismo, uma continuação mais refinada do tal “sol da Terra”.

 

Só assim se explicará que o crime hediondo que um bando de cleptocratas violentos decidiu pôr em prática contra uma nação independente, com argumentos que só uma tal bandidagem seria capaz de inventar, possa ter por cá defensores, e que essas mentes fanáticas não tenham vergonha de o manifestar, ao ponto de até um Bolsonaro passar a ser visto como amigo...

 

Dizia ontem, na Notícias Magazine, o escritor Valter Hugo Mãe:

 

“Putin, hoje uma espécie da fascista bizarramente de costela comunista, propõe ao Mundo ser o novo facínora, aquele que outra vez se investe do delírio desumano para ficar na História dos podres”.

 

Amândio G. Martins

NOTÍCIAS DA CSD (COMUNICAÇÃO SOCIAL DOMINANTE "?!?!)

O crápula, chegando ao Poder, após uma rigorosa formação no KGB, iniciou um processo de construção de uma cerca (não sanitária) oligárquica, que lhe iria garantir um futuro radioso de ostentação e exibicionismo.

Um dos atores referidos da cerca, é o bem nosso conhecido e agora, também nosso compatriota, Roman Abramovich, que, desfilando pelo Tamisa, na sua "traineira" de 140 metros, ali chegado, comprou um clube de futebol, com mais facilidade com que eu compro um par de sapatos.

Vêmo-lo ali frequentemente, em Stanford Bridge, na sua poltrona de luxo, batendo palminhas ao "ralenti", como que agradecendo ao "czar", toda aquela opulência, à custa do sacrifício do povo russo.

Putin, contra todos os acordos internacionais com que se comprometeu, invadiu um país soberano. E agora ameaça outros (Finlândia e Suécia).

Terá que ser o próprio povo russo a destituir o seu coveiro.

José Valdigem 

 

NÃO À GUERRA! NÃO ÀS GUERRAS! Não à guerra na Ucrânia! Mas também, Não à guerra no Vietname, no Chile, na Jugoslávia, no Afeganistão, na Palestina, na Jugoslávia, no Iémen, no Iraque, na Líbia, na Síria, e às potenciais guerras do futuro. Com excepção do Chile, onde “apenas” apoiaram através da sua CIA, da Palestina, onde “apenas” apoiam o Estado agressor, e no Iémen, onde não tugem nem mugem, porque os agressores são seus bons clientes (de armas) e aliados, sabem quem participou nestas guerras todas? Sabem qual é o país que mais vezes interferiu (36) noutros Estados soberanos? Sabem também que “o Governo democraticamente eleito” como adoram sublinhar, não permitiu que o Partido Comunista da Ucrânia, fosse autorizado a participar nas eleições porque, pura e simplesmente foi erradicado? Sabem que os grupos fascistas permitidos e apoiados pelo tal Governo “democraticamente eleito”, queimaram vivos dezenas de sindicalistas? Sabem que na região de Dombass se fala russo e a grande maioria da população é russófona? Sabem que se fizeram acordos de autodeterminação que não se cumpriram? Sabem que de todos os Estados que faziam parte da URSS, com excepção da Ucrânia, já são membros da NATO com tropas e misseis apontados à Rússia? Já imaginaram como os autores das guerras e invasões acima citadas, reagiriam se fizessem o mesmo junto das suas fronteiras? Já repararam que nenhuma das outras guerras, nem pouco mais ou menos, foram transmitidas pelas Tvs e rádios, absolutamente parciais, como esta? Com tudo isto, não condeno esta guerra? Que é que digo no título? Mais, os refugiados e potenciais refugiados, desta guerra vão ter todo o apoio. Devem ter, sim! E os outros refugiados das outras guerras, que morram afogados no Mediterrâneo ou de sede no deserto? Finalmente, deve apelar-se, exigir-se, o fim da guerra, ou fornecer armas como estão a fazer, e a reforçar o cerco? Deve encurralar-se o principal protagonista, ou propor-lhe conversações dignas para o cessar-fogo e para a paz? Para além de tanta coisa, tanta vida que está em causa, imaginam, que se não houver contenção e ponderação, o que está em jogo com ogivas nucleares de parte a parte? Aqui fica a preocupação e desabafo. Francisco Ramalho

A GRAVE CRISE NA UCRÂNIA

 Orivaldo Jorge de Araújo

Goiânia-Goiás-Brasil

Em  27/02/22

Para ilustrar o texto, foi usada a charge do cartunista Jorge Braga, publicada no jornal, “O Popular” de Goiânia no dia 26/02/22

Nada justifica a atual agressão, mas a OTAN e EUA devem ter consciência de que a expansão para os países, em torno da Rússia, é cutucar a fera com vara curta, com aumento da possibilidade de confronto atômico, onde não haveria vencedores, pondo em risco a existência do nosso planeta. A poderosa nação do Norte da América sempre foi agressora e nunca agredida, se beneficiou das duas grandes guerras europeias, com vendas de armas para os aliados envolvidos, inclusive até para própria Rússia. Quem não se lembra, na segunda guerra, do fornecimento de frota de caminhões (Dodge), a partir do golfo Pérsico, com construção histórica, em tempo recorde, da ferrovia ligando o golfo até as estepes da então União Soviética?

Os líderes da américa têm que ter a consciência de que, havendo um conflito global, o país não sairá incólume como se saiu das refregas anteriores, onde os palcos das hostilidades sempre foram longe de seus domínios.

Infelizmente, os países vizinhos das potências bélicas terão que pagar o ônus por suas localizações e se manterem neutras. É de uma ingenuidade sem tamanho pensar que, em situação análoga, os EUA agiriam diferente da Rússia: o México seria varrido do mapa. Lembrando que Cuba paga até hoje pela sua ousadia, na frustrada intenção de colocar em seu solo, base de misseis da extinta União Soviética.

 A posição da ONU, na atual invasão, buscando defender uma nação-membro, foi correta, mas seria de bom grado, o mesmo tratamento com as invasões americanas e com a atitude desproporcional que Israel mantém com seus vizinhos.

UMA IMENSA HIPOCRISIA Desde o 25 de Abril que não se assistia a uma tão grande intoxicação da opinião pública e, simultaneamente, claro, a censura pura e dura como a que decorre. Nem as notas de imprensa sobre a matéria do PCP, são divulgadas. Nem, por exemplo, o Conselho Português para a Paz e Cooperação. Nem quem não se submete a esta avassaladora manipulação, a esta unanimidade que vai do PS ao Chega. A única voz dissonante que se tem ouvido, e pouco, é a do major-general Carlos Branco. O que está a acontecer na Ucrânia que todos, evidentemente, lamentamos, tem antecedentes de anos. Antecedentes esses, sistematicamente silenciados pela mesma comunicação social, dos mesmos, que agora choram lágrimas de crocodilo pelo povo ucraniano. Os mesmos, que retalharam a Jugoslávia à bomba, que apoiaram os fanáticos criminosos, os Taliban, no Afeganistão, e depois lhes perderam o controlo e abandonaram aquele destroçado país de rabo entre as pernas quase como no Vietname (aqui, ainda foi muito mais humilhante), os mesmos que, mentindo, sobre o pretexto, invadiram e destruíram o Iraque causando centenas de milhares de mortos, feridos e refugiados, os mesmos, que, aqui, com a sua NATO , a França e a Inglaterra a participarem diretamente em bombardeamentos, assassinaram Kadafi e destruíram a Líbia, que tentaram e ainda tentam, fazer o mesmo à Síria, só não o conseguindo devido à interferência da Rússia, os mesmos que apoiam Israel na ocupação da Palestina massacrando e humilhando o seu povo. Enfim, o rol nunca mais acabava. Nas regiões de Donetsk e Lugansk, fala-se russo e a esmagadora maioria da população é russófona, há muito que há problemas com o poder instalado em Kiev. Problemas esses, agravados depois do golpe de estado que os mesmos apoiaram, e que colocou no poder um governo que permite e colabora com organizações fascistas. Os mesmos que nunca se preocuparam que os acordos de Minsk, eram, desde há muito, letra morta para o governo ucraniano e ainda mais, para os tais fascistas. O resultado de tudo isto, foi 14 mil mortos e agora o que está a acontecer e que,agravando-se, as consequências poderão, em ultima instância, ser apocalípticas para a Europa e não só. Por isso, os tais mesmos, em vez de terem cercado a Rússia com a sua NATO e intensificarem esse cerco, em nome do povo da Ucrânia, do resto da Europa, do mundo e da paz, exige-se-lhes, assim como à Rússia, contenção e ponderação, e que a ONU, exerça o seu imparcial papel, para solução desta situação conflituosa. E mais, aqui em Portugal, exige-se a liberdade de expressão que está inscrita na nossa Constituição, e não esta censura pura e dura a que se assiste. Muito mais há para dizer, mas fico-me por aqui. Perante tanta hipocrisia, e os potenciais perigos que a situação comporta, quem pode ficar impávido e sereno? Francisco Ramalho 25/02

Elas renovam a esperança...

 

ANDORINHAS

 

Irromperam súbito sala adentro

Pousaram nos varões dos cortinados

Que deixaram tão “escaganitados”

Que se lhes dispensava o cumprimento...

 

Estes passarinhos são um portento

A começar por serem descarados

Mal cá chegam já estão instalados

O lugar é deles há muito tempo.

 

É preciso alguma paciência

Para limpar aquela “indecência”

Que sempre fica debaixo do ninho;

 

Mas ao chegar a hora de partirem

Fazemos preces para resistirem

E que logo invertam o caminho...

 

Amândio G. Martins

Olho nele

Condenar a invasão da Ucrânia decidida por Putin só pode concitar a unanimidade de opiniões. À luz de todas as leis, o acto é um crime e não merece a consideração de qualquer atenuante. Já recusar as tentativas de compreender o desenvolvimento histórico que nos trouxe até aqui, refugiando-nos apenas no repúdio do brutal abuso da força por parte das autoridades russas, ou, até, de “esquecer” os muitos descuidos e desmazelos, entre vexames grosseiros e arrogantes que as potências ocidentais dedicaram à Rússia desde a sua desamparada queda nos anos 90, são posições próprias de obcecação cega e da falta de conhecimentos. Longe de branquear a brutalidade, é importante, como escreve Pacheco Pereira na sua crónica de sábado, no PÚBLICO, ter “melhor conhecimento da ‘máquina da história’” (obviamente não a “fabricada” por Putin) para que se possa combater e vigiar o déspota com mais eficácia, sem incorrer nos erros sistemáticos que EUA e, sobretudo, a UE, têm vindo “alegremente” a cometer há muitos anos. Para o bem e para o mal, os tempos são outros, mas lembremos que a excessiva confiança que Chamberlain depositou em Hitler correu mal a todos.

Público - 28.02.2022

Dos abortos da política

 

Dos abortos que a política portuguesa tem gerado, e houve bastantes, Nuno Melo ocupa um lugar de destaque;  e agora que o seu partido ficou reduzido àquilo que fez por merecer, e há muito se esperava, e como se avizinham eleições europeias, este figurão, a quem não se conhece uma ideia para o país, para além dos cansativos chavões em que ao longo do tempo se foi tornando “expert”, já se prontificou para continuar naquele lugar dourado, que deve ser a única razão por que se propõe agora assumir a liderança do partido, acerca do qual aquelas pessoas de real qualidade que lhe foram dando credibilidade,  já concluíram ser duvidosa a sua viabilidade.

 

Durante muito tempo pude acompanhar o referido Melo, pelo JN, jornal onde teve um espaço semanal; pois deve ter sido muito raro que o assunto da sua verborreia não fosse o entendimento da Esquerda para governar, atacando António Costa pela “desfaçatez” de se fazer primeiro-ministro sem ganhar eleições, e alimentava assim um texto semanal, desperdiçando o espaço que um grande jornal lhe facultava em nome do partido, tendo um dos últimos sido totalmente preenchido com aquela indumentária com que Costa desenbarcou em Angola, para tratar assuntos pendentes que os dois Estados tinham para resolver, sem que a esses assuntos o famigerado Melo tivesse dedicado uma palavra, facto que eu próprio comentei no “espaço do leitor” do mesmo jornal...

 

Amândio G. Martins

 

 

 

 

"Tu también, Bruto"!

 

Escrevi aqui há dias sobre a situação política em Espanha, da “guerra” interna que se desenvolvia no Partido Popular, com Isabel Ayuso a medir forças com Pablo Casado, dizendo que, pelo caminho que as coisas levavam, se não caíssem os dois, Casado sairia reforçado, mas como a lógica em política é uma batata, Casado já se despediu ontem do Congresso, estando prevista para a noite uma reunião com os “barões” do partido, onde se previa que levaria o “golpe de misericórdia”, pois todos já manifestaram a vontade de que o presidente seja substituído, até mesmo aqueles tidos como indefectíveis, levando uma televisão a pôr em letras gordas a legenda: “Tu también, Bruto!”, aquela célebre frase do imperador romano, quando se viu apunhalado.

 

Quando tomou posse como presidente dos populares, Casado tinha como primeira missão limpar o Partido de tudo que fossem dúvidas sobre actos de corrupção envolvendo militantes nos altos cargos que desempenhassem, e a sua intervenção no que se passava em Madrid radicava nesse princípio; todavia, quando a coisa chegou ao rubro, milhares de simpatizantes de Isabel Ayuso organizaram um comício à frente da sede do Partido, gritando “Ayuso presidenta” e apupando Casado, o que levou Pablo Echenique, da direcção do Podemos, a classificá-la de manifestação pela corrupção.

 

A presidente de Madrid parece continuar impávida e serena, mas a Oposição no Parlamento da Comunidade, que sempre foi mandada calar quando queria falar disso, não lhe dá agora descanso, exibindo para a Comunicação Social todos os contratos que foram entregues sem concorrência ao irmão da presidente, que actuava como intermediário de outros, e que o Ministério Público parece querer investigar...

 

Amândio G. Martins

 

Ilusionismo do poder

 

NOVO-RIQUISMO

 

 

Anda tanta gente à procura de ter

Que na luta pela sua conquista

Acabam por deixar longe da vista

Quão mais importante é o saber ser.

 

O dinheiro dá ilusão de poder

Passando a fazer parte da lista

Que gente endinheirada requisita

Mais por interesse do que por prazer.

 

E se os convidam por imposição

É tão embaraçosa a situação

Que se percebe estarem deslocados;

 

Embriagados com o material

Não conseguem perceber o que vai mal

Nem por que não deixam de ser gozados...

 

Amândio G. Martins

 

 

O capriccio de Vladimir, sem Tchaikovski

Nunca visitei a Rússia, nem conheço, “ao vivo”, as suas gentes, dado que pouquíssimas vezes me cruzei com alguns deles. Não cairei, pois, na tentação de passar a generalizações que, certamente, me projectariam a imagem de um povo nada “pacífico”, no sentido do que poderíamos aplicar, por exemplo, ao português. Acredito, pois, que os russos, bombardeados pela poderosíssima máquina de propaganda da sua comunicação social, em escala provavelmente maior do que a que também se está a sentir no Ocidente, se sintam preparados para apoiar um líder que sabe encaminhar as suas hostes para a reacção “adequada” aos vexames que o Ocidente lhes tem vindo a infligir desde o final do século passado. Um pouco como fez Hitler com os alemães, aproveitando-se da humilhação que sentiram perante os Aliados, no pós-Guerra Mundial 14/18. Consigam os americanos, europeus e mais a NATO interpretar devidamente este “jogo” com Putin, porque a experiência nazi acabou mal para todos. “Sufocar” um visionário meio louco e sem limites como Putin pode não ser o melhor caminho, o que não significa que tenhamos de lhe aturar todas as vontades e caprichos.

Expresso - 25.02.2022

Formalismos

 

Para lá de me parecerem inúteis, há formalismos que são também prejudiciais, como é agora o caso de ser  preciso esperar pela votação que o Tribunal mandou repetir numa área da emigração, para se poder formar um novo Governo.

 

 De facto, sabendo todos que qualquer que seja aquele resultado, não vai alterar a posição relativa de cada um dos partidos, que só um tem votos suficientes para poder governar, esperar aquela votação é uma perda escusada de tempo, porque embora vá ser o mesmo partido que já governava a continuar, e até já tivesse um Orçamento pronto, diz-se que vai trabalhar até mais de meio do ano com o do ano anterior, gerando entropias de vária ordem...

 

Amândio G. Martins

Sinistro Autocrata

 

Como até hoje sempre se foi saindo bem dos imensos crimes de que tem sido mentor, que não só lhe têm permitido manter-se sem oposição naquele alto cargo, como ampliar indefinidamente os seus poderes, o sinistro autocrata que preside a Rússia joga agora pesado contra a paz na Europa e no mundo, e se os actuais responsáveis pela governação do mundo democrático vacilarem, coisas muito feias aparecerão atulhando o nosso caminho.

 

Todavia, como a História tem demonstrado, foi em tempos em que as sombras ameaçavam abafar a luz que grandes lideres emergiram, tantas vezes de onde menos se esperava; oxalá se revelem agora também figuras capazes de liderar em tão complexa situação, não tendo receio de colocar em segundo plano o “business as usual” cuja maior marca tem sido impedir que importantes decisões sejam tomadas a tempo e horas, para que a rotineira porcaria não continue tornando escorregadio o caminho do que é indispensável fazer...

 

Amândio G. Martins

JARDIM DAS CAMÉLIAS definha tal como o parque onde se encontra em V.N.Gaia

A região norte de Portugal possui condições climatéricas e de solo favoráveis à plantação de camélias. Terão sido Vila Nova de Gaia e Porto as primeiras cidades a receber camélias e a desenvolver o seu cultivo. A existência de muitas árvores de camélias, algumas raras e centenárias nos jardins do Parque Quinta do Conde das Devesas, inaugurado em 2013, originou que fosse concretizado um projecto camarário de criação dum «jardim das camélias», com a plantação de mais variedades da referida flor, acabando por ultrapassar no seu conjunto a centena. As camélias estão identificadas com a variedade e o nome que lhe foi atribuído. O abandono a que foi submetido o parque pelos executivos socialistas da câmara municipal de Vila Nova de Gaia, praticamente desde 2014, teve consequências também no não desenvolvimento do jardim das camélias, com plantas a definhar por falta dos necessários cuidados, aliás bem visíveis em todo o Parque Quinta do Conde das Devesas. Nas publicações municipais não se conhece qualquer referência ao parque, e nos documentos eleitorais para as autárquicas de 2021, nomeadamente no «Dedicados a Gaia», em «ambiente e sustentabilidade», o PS e o seu candidato e presidente Eduardo Vítor Rodrigues também nada referem. O PS estará à espera desde 2020 que apareça um salvador investimento privado… E entretanto a degradação continua…

O Princípio é só o Princípio

 

“Autoritárias, paralisadoras, circulares, às vezes elíticas, as frases de efeito, também jocosamente denominadas pedacinhos de ouro, são uma praga maligna, das piores que têm assolado o mundo. Dizemos aos confusos, Conhece-te a ti mesmo, como se conhecer-se a si mesmo não fosse a quinta e mais dificultosa operação das aritméticas humanas, dizemos aos abúlicos, Querer é poder, como se as realidades bestiais do mundo não se divertissem a inverter todos os dias a posição relativa dos verbos, dizemos aos indecisos, Começar pelo princípio, como se esse princípio fosse a ponta sempre visível de um fio mal enrolado que bastasse puxar e ir puxando até chegarmos à outra ponta, a do fim, e como se, entre a primeira e a segunda, tivéssemos tido nas mãos uma linha lisa e contínua em que não havia sido preciso desfazer nós nem desenredar estrangulamentos, coisa impossível de acontecer na vida dos novelos e, se uma outra frase de efeito é permitida, nos novelos da vida.

 

Marta disse ao pai, Comecemos pelo princípio, e parecia que só faltava que um e outro se sentassem à bancada a modelar bonecos entre uns dedos subitamente ágeis e exactos, com a antiga habilidade recuperada de uma longa letargia. Puro engano de inocentes e desprevenidos, o princípio nunca foi uma ponta nítida e precisa de uma linha, o princípio é um processo lentíssimo, demorado, que exige tempo e paciência para se perceber em que direcção ir, que tenteia o caminho como um cego, o princípio é só o princípio”.

 

Nota – Excerto do livro de José Saramago, “A Caverna”

 

Transcrito por Amândio G. Martins

Factos são factos

Catarina Martins (C.M.), coordenadora do Bloco de Esquerda, na sua recente entrevista ao PÚBLICO (18.02.2022), foi peremptória: “há margem para avançar com o aumento extraordinário das pensões”. Até este momento, ainda não vi qualquer desmentido àquela declaração. Seria bom que o Governo, ou o partido que o suporta, desfizesse em fanicos a “temerária” convicção de C.M., sob pena de, não sendo capaz, dar provimento às iniciativas necessárias à medida. Se, em vez disso, continuar com a “narrativa” de que não implementa o aumento por culpa dos partidos de esquerda, que inviabilizaram o Orçamento para 2022, remete-se a uma posição meramente propagandística, em proveito próprio, e não dos pensionistas carenciados.

"Vox" ri-se por dentro e por fora

 

Todos os dias acompanho um pouco, pela TVE 24 e pela canal privado La Sexta, o que se vai passando na política espanhola; e o ambiente no Partio Popular vai tão quente que o velho Aznar o classificou nestes termos: “La situación en Ucránia es ahora mismo mejor que la del PP, porque alli aún no hay armamento nuclear”.

 

De facto, desde há muito que as relações da presidente da Comunidade de Madrid, Isabel Diaz Ayuso, com a direcção nacional do partido se vêm deteriorando, sobretudo desde que perceberam que a senhora quer o lugar de Pablo Casado; e a grande maioria de votos que ganhou nas eleições antecipadas que provocou, deram à jovem senhora uma tal arrogância, que logo começou a exigir que as eleições partidárias em Madrid, para decidir quem passará a mandar no partido na capital, fossem antecipadas.

 

Apesar de do lado da direcção nacional sempre vir uma reacção contrária àquela pretensão, para que tivesse calma, que aquelas eleições ocorrerão quando está previsto, Ayuso e algumas militantes notáveis, como Esperanza Aguirre e a marquesa Àlvarez de Toledo, começaram a lançar “bicadas” a Pablo Casado e Garcia Egea, seu secretário geral, de andarem a minar o terreno à presidente de Madrid, mas o que acaba de ser revelado, ou destrói os dois ou reforçará Casado.

 

Tendo sido há muito levantadas pela esquerda suspeitas de corrupção nos contratos avulso para a compra de máscaras, em que foi usado o argumento da urgência na sua aquisição, surgiram agora em vários jornais informações explosivas, com o envolvimento de um irmão de Ayuso numa negociata associada a uma empresa de amigos de infância, em que o irmão terá recebido comissões na ordem dos trezentos mil euros, com a direcção nacional do partido a cavalgar essa “ola” e Isabel Ayuso a meter os pés pelas mãos...

 

Amândio G. Martins

O PS/Costa é amigo dos patrões

 O governo PS/Costa é um mãos largas para com a iniciativa privada patronal. Para compensar a previsível subida dos salários destes seus trabalhadores vai diminuir o IRC(!). O p​atrão dos patrões ficou contente com a maioria absoluta.

Pudera!, o absoluto efeito já está ​à vista.

Quando estalou a pandemia as empresas, indiscriminadamente, fossem elas grandes e dotadas duma boa tesouraria também foram contempladas com o regime de lay-off, que suportou parte significativa dos salários dos seus trabalhadores... para negócios de baixa/média dimensão com dificuldades financeiras fez sentido, mas para folgadas grandes empresas? Ninguém referiu que os milhões de euros para suportar estes ordenados que saíram da Segurança Social - é dinheiro dos próprios trabalhadores! Grande parte das elevadas maquias que estão á guarda da Segurança Social - são propriedade dos próprios trabalhadores que descontam! 

Aqui a iniciativa privada nunca gritou - menos Estado! Soube-lhes muito bem. 

Só os funcionários que asseguram com o seu trabalho os inúmeros serviços públicos do Estado, desgraçadamente, não têm aumentos decentes há mais de uma década. Para esta imensa massa de trabalhadores o socialismo de (na) gaveta do PS - é altamente relapso!

                        Vítor Colaço Santos 

Dos livros

 

INCONDICIONAIS AMIGOS

 

Preciso muito de tempo para ler

Um bem que tanta falta faz à vida

Sem o que nunca será bem cumprida

Tanta coisa precisamos aprender.

 

Assim como também para escrever

Expressar duma forma decidida

Cada experiência vivida

Tanto quanto a souber descrever...

 

Casa onde não se prezam os livros

Os mais leais e discretos amigos

Tão presentes quando ninguém pode;

 

Pode guardar as mais belas joias

Ser recheada das mais ricas coisas

Mas é casa bem vazia e pobre.

 

Amândio G. Martins

Trump não faria melhor

Se a actual Administração norte-americana fosse ainda liderada por Trump, muitos de nós estaríamos a “arrepelar” os cabelos com as posições cada vez mais extravagantes que aquela vai tomando no “caso” Ucrânia. Mas a destemperança que se adivinha existir na diplomacia da Casa Branca, não totalmente acompanhada pelas congéneres europeias, faz pensar que há por ali exageros comportamentais muito bem secundados pelas chefias da NATO. Sendo Biden o Presidente, levanta-se a dúvida sobre quais os intentos que poderão estar por detrás de tão “esbracejante” postura. É possível que tudo se possa resumir ao interesse comercial em substituir a Rússia na posição de fornecedora de gás para a Europa, o que desilude quem tanto festejou a eleição de Biden. Podem os americanos, mais seduzidos pelas paragens do Pacífico, ter pela Europa apenas o desvelo mercantil que se tem para com um cliente, mas não devemos prescindir do direito de os criticar só porque isso pode parecer apoio a Putin.

Público - 20.02.2022 (truncado da parte final, sublinhada).

Batoteiros em tudo

 

Uma patinadora russa viu temporariamente suspensa a sua participação nos Jogos de Pequim, sendo depois autorizada a prosseguir condicionada, porque uma análise denunciava uso de substâncias proibidas, coisa que não surpreenderá muita gente, por já ser um clássico no desporto competitivo daquele país, sobretudo quando têm de defrontar outros países.

 

Alegaram os seus dirigentes que aquela adolescente, de apenas quinze anos, tomava um medicamento para estabilizar o ritmo cardíaco, que poderá ter sido a causa do “positivo” na tal análise; mas posteriormente saíu informação pouco tranquilizadora para os batoteiros, onde se desconfiava de “medicamentos” para reforçar as capacidades físicas daquela atleta, para poder apresentar boas “performances”.

 

Sabemos bem quanto têm sido batoteiros os dirigentes do desporto russo, tantos têm sido os castigos aplicados aos seus atletas de alta competição; e o que mais choca neste caso, é que aquela atleta é só uma menina, sendo criminoso, para lá do prejuízo causado a concorrentes sérios, envenenar assim o organismo de uma criança. E ocorre-me aquele fenómeno romeno de há décadas que, quando o país foi libertado, contou em pormenor o inferno que tinha sido a sua vida...

 

Amândio G. Martins

a GREVE GERAL de 12 de Fevereiro de 1982

(na imagem autocolante e texto sindical de mobilização). A Greve Geral de 12 de Fevereiro de 1982, faz parte da história do movimento sindical, da luta dos trabalhadores portugueses, mas também da própria história do País. Além da hostilização governamental/AD, patronal e dos partidos de direita, contou igualmente com uma campanha de desinformação da maioria da comunicação social, ao serviço do grande patronato e do capital, primeiro para dificultar a adesão e depois para tentar desvalorizar o seu êxito.

Ora aí está uma boa coisa

 

Lia-se no JN que o Governo tem negociado com o Banco Europeu de Investimentos um acordo para gestão dos fundos PRR, ficando a sua execução sujeita às regras do BEI; e eu fiquei a pensar quantas vigarices com dinheiros que vieram a rodos para ajudar a desenvolver o país se poderiam ter evitado, se tivesse havido uma entidade empenhada em saber o que estava a ser feito com tanto dinheiro, acompanhando os projectos em nome dos quais saíu dos cofres públicos.

 

É mais que sabido que sempre que se anunciam grandes bateladas de dinheiro vindo da UE, se aguçam apetites de toda a ordem, muitos deles de “empreendedores” com folha de serviços mais que duvidosa; e o que desde o período negro da cavaquismo até aqui se tem verificado, é que pouco ou nenhum dinheiro malbaratado foi recuperado, e apontar os batoteiros na praça pública, para o bem comum nenhuma vantagem traz, e para os tais figurões pouca ou nenhuma diferença faz, que têm lata para tudo...

 

Amândio G. Martins

 

 

16 de fevereiro, Aniversário do Geógrafo Orlando Ribeiro

 

O português Orlando Ribeiro, maior referência da Geografia lusitana nasceu a 16 de fevereiro de 1911 em Lisboa e faleceu a 17 de novembro de 1997 em sua cidade natal. Esse grande investigador se licenciou em História e Geografia em 1932 e, em 1936, finalizou o doutorado em Geografia pela Universidade de Lisboa. Foi leitor de português em Sorbonne, Paris, de 1937 a 1940 e, naquela oportunidade, conviveu com grandes mestres, como Marc Bloch, Emmanuel de Martonne e Albert Demangeon.

Em sua caminhada profissional, passou também pela Universidade de Coimbra, de 1941 a 1943, e pela Universidade de Lisboa, de 1943 a 1981. Criou, em 1943, o Centro de Estudos Geográficos de Lisboa, dirigido por ele até 1974. A partir de 1947 foi, por várias vezes, responsável por missões de Geografia Física e Humana organizadas pela Junta de Investigações do Ultramar (Guiné, Cabo Verde, Goa, Angola e Moçambique).

Outro grande legado de Ribeiro compreende o ano de 1966, quando inicia a publicação de Finisterra – Revista Portuguesa de Geografia - periódico referência no mundo investigativo atual. Nesse dia memorável, lembrar a vasta obra ribeiriana é viajar por um currículo ímpar e inesgotável, que traz a Geografia como ponto de partida e lugar de encontro de Portugal com o Mediterrâneo, o Atlântico e a Europa.

Orlando Ribeiro é sem dúvidas um dos maiores nomes da Geografia mundial. Estudioso de muitos olhares e investigador do sentimento humano pelo território. Por isso, celebramos com muito entusiasmo esse grande Geógrafo!

 

Jean Carlos Vieira Santos

Universidade Estadual de Goiás (UEG/TECCER-PPGEO/Brasil). Pós-doutoramento em Turismo pela Universidade do Algarve.

A democracia não permite anti-democratas

 A Assembleia da República está prestes a iniciar uma nova legislatura. Para um dos vice-presidentes foi indicado, Pacheco de Amorim, do Chega.

Quem foi e é este individuo? Antigo dirigente político do MDLP, braço armado da extrema-direita criado em 1975 pelo general Spínola. Este movimento destruiu à bomba património, sedes de partidos de esquerda e deixou um rasto de sofrimento e sangue... Amorim foi responsabilizado criminalmente? Não! Aquele disse: «A nossa cor é a cor branca, a nossa raça é a caucasiana»(!). Ora, desde o relatório de 1952 da UNESCO, passou-se a considerar o conceito de raça como um erro científico. Conclui-se, que é racista. E bombista, até prova em contrário. Caso seja eleito é uma grosseira afronta ao sistema democrático. Não permitir a normalização democrática do Chega é um imperativo. Apresenta-se como um partido anti-sistema, mas quer as prebendas do sistema e vai queixar-se ao Tribunal Constitucional, se o deputado Amorim não for eleito. Não é exigível a um democrata que possa votar numa pessoa que está contra a democracia. O PS, PCP, Livre e BE votarão contra a sua eleição. A bem do que resta da democracia portuguesa.

Vítor Colaço Santos 

Perder ganhando

 

A estratégia do Partido Popular espanhol, de acabar com o partido liberal “Ciudadanos”, Direita moderada, tem obtido sucesso; de facto, depois de o “eliminarem” em Madrid, com quem governavam a Comunidade, acabam de ensaiar o mesmo em Castilla y León, reduzindo aquele partido a um único lugar, dos doze que antes tinha. Todavia, embora passassem à frente do PSOE, que em 2019 tinha sido o mais votado, os populares não conseguiram a procurada maioria absoluta.

 

Assim, não só passarão a depender dos extremistas de “Vox” para governar, que passaram de 1 para 13 lugares e querem fazer parte do governo, como já refrearam a vontade de repetir a “gracinha” em  Andaluzia, onde também governam coligados com “Ciudadanos”, porque as contas lhes não saíram como esperavam nas eleições do passado domingo.

 

Aquela estratégia de romperem coligações que funcionam bem, para ficarem a “gobernar en solitário”, ganhando terreno para as legislativas futuras, sofreu agora um revés, deixando para trás um partido moderado para abrirem portas à extrema-direita, com quem já devem ter percebido que não poderão fazer o mesmo que fizeram aos liberais, porque Vox vai crescer em cada eleição antecipada que provocarem...

 

Amândio G. Martins

O problema foi o dinheiro

Coincidindo com o seu “abandono” da cena política mundial, Angela Merkel tem vindo a ser incensada por muitos quadrantes, alguns dos quais bem inesperados. É, certamente, uma mulher notável, que deixou marcas indeléveis para o futuro, e não mereceria muitas das críticas que a assolaram enquanto no “activo”. Mas as coisas são o que são e, na realidade, não podemos deixar de recordar, como o fez Teresa de Sousa no seu “Sem fronteiras” dominical do PÚBLICO, que Merkel é responsável pelo surgimento dos populismos a Norte e a Sul, e do iliberalismo a Leste. Como se não bastasse, a renúncia ao legado de Kohl, que privilegiava a “regra comum” sobre a “mera relação de forças entre nações”, conduziu a Europa à velha fórmula do “manda quem pode”. E porquê? Tudo por dinheiro, desde os frutuosos negócios de exportação para a China, à cómoda e barata importação de energia da Rússia. Consta do artigo já citado de Teresa de Sousa que Ulrike Guérot, académica alemã, escreveu que os alemães “colheram os frutos do euro e fugiram com eles”. Assim também eu!

Público - 16.02.2022

Argumento estúpido de um homem inteligente

O jornalista e comentador João Miguel Tavares, homem inteligente,diz que Edite Estrela, não devia ser presidente da assembleia, pela simples razão de ser amiga de José Sócrates.

Por esta ordem de razões, Marcelo não podia ser PR, porque já foi amigo de Ricardo Salgado.

Muitos outros exemplos  poderiam  ser citados, e então ninguém se aproveitava.

Sr JMT não devemos ostracizar os nossos amigos, porque eles fizeram algo de mal, mas também não devemos ser penalizados, por manter a amizade apesar de !....

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Com respeito à eleição ou não dum deputado do Chega para Vice presidente da AR eu que só tenho a 4ª classe digo-lhe que aquilo trata-se de uma eleição inter pares, 

Embora aquela eleição seja secreta, André Ventura não fez segredo que votou na anterior legislatura contra o candidato do PS e agora vai com certeza fazer o mesmo, e tem todo o   direito.

Já aos deputados do PS André exige que votem no seu candidato, se não vai queixar-se ao TC. 

Engraçada esta gente andaram a chamar ladrões aos outros e agora querem o voto dos ladões.

Quintino Silva

Futebol não é Luta Livre

 Logo após ter terminado o jogo de futebol, entre o FCPorto e o Sporting CP, houve vergonhosa pancadaria. Entre jogadores, gente ligada aos clubes e pasme-se!, indivíduos com coletes azuis. Batiam-se irracionalmente. Há muito que esta repugnância se adivinhava, porque muitas vezes os discursos dos directos intervenientes ligados ao futebol têm uma marca política de terra queimada e de ódio, sendo recorrentes. As redes sociais contribuem destilando agressividade e noticias falsas.  

Dirigentes, assessores, jogadores e castas, que gravitam em torno da modalidade têm

responsabilidades, não só morais,

pelo atentado que ontem milhões de pessoas viram... viu-se um sujeito de colete azul agredir com um soco um jogador leonino e outro arremessar um banco em direção a um

jogador do mesmo emblema(!). Quem são estes arruaceiros? Como foi possível? As sanções disciplinares devem ocorrer céleres e ter mão pesada, mas se por um lado a Liga de Clubes, a Federação de Futebol e a secretaria de Estado do Desporto, não se pronunciaram nas horas subsequentes(!), os órgãos superiores decisórios de disciplina são dirigidos por gente afecta, também àqueles clubes envolvidos... O FCPorto, como organizador do evento desportivo tem de ser punido exemplarmente!

O futebol profissional suicida-se. Eu fiquei divorciado e quantos mais? 

Vítor Colaço Santos 

Quarenta anos vão

 

1982-2022

 

Constrangidos àquela despedida

Nem tive como poder abraçá-la

Os que intrigaram para afastá-la

Saíram premiados da mentira.

 

Difícil ser hoje reconhecida

Leve o vento versinhos a saudá-la

Eu não me atreveria a perturbá-la

Lá onde estiver de mim esquecida.

 

Foram momentos de grande esperança

De fazermos uma forte aliança

Que ninguém maldoso pudesse quebrar;

 

Mas vendo os sentimentos deturpados

Deixei no mais lembrado dos Bougados

Momentos que não deixo de recordar!...

 

Amândio G. Martins

 

 

 

Zelenskii farto de “Putin, Biden, Stoltenberg & Cª”

“Até agora, não há nenhuma guerra aberta na Ucrânia”, disse Volodimir Zelenskii, presidente ucraniano. Pois não é o que parece a quem acompanha, mesmo que de forma furtiva e longínqua, a comunicação social ocidental. Desde Novembro do ano passado, já me esqueci do número de declarações em que nos foi anunciada a “iminente” invasão da Ucrânia pelas forças russas, algumas delas com data marcada no calendário. Essa comunicação social mais não faz do que dar amplificação aos “recados” dos EUA e da NATO. Às vezes, chego a pensar que os altos dignitários desta organização “defensiva”, no afã de mostrarem serviço, pugnam apenas pela manutenção dos seus postos de trabalho. Nos próximos tempos, teremos oportunidade de ver se os seus intempestivos (?) alertas têm alguma adesão à realidade. E oxalá para todos que tudo isto não passe de lutas de bastidores entre Biden e Putin, necessitados de alcançar boas performances para consumo interno nos seus países.

Velhos são os trapos

 

DEPRECIADOS

 

Já não vos querem a experiência

Que vos deu a vida com a idade

E mesmo com muita vitalidade

Só vos vêem a degenerescência...

 

Não vos acreditam a sapiência

Nem lhe vêem nenhuma validade

É tal o culto da modernidade

Que para vós já nem há paciência.

 

Estas sociedades ocidentais

Desprezam no saber das orientais

O que é valiosa sabedoria;

 

Convencidas que são superiores

Olham para os autênticos valores

Como para uma mera alegoria.

 

Amândio G. Martins

 

Inexplicáveis incongruências

 

Há coisas nesta nossa linda terra que, por generosa que seja a boa vontade, são muito difíceis de compreender e aceitar; e a odisseia que enfrentam os compatriotas emigrantes, sempre que são chamados a votar em eleições, é uma dessas situações; de facto, só mesmo uma grande vontade de participar em actos de que depende o nosso futuro colectivo os pode incentivar a procurar contribuír com o seu voto.

 

Sou dos que considera o cartão de cidadão uma boa coisa, por aglutinar dados pessoais que, antes dele, se distribuíam por vários, mas este cartão único tem tudo que os vigaristas precisam para as suas falcatruas, caso seja perdido ou copiado, causando problemas gravíssimos ao seu titular, num país em que as leis e os juízes parece darem sempre ao vigarista o benefício da dúvida, em prejuízo das vítimas.

 

Precisamente por se poder revelar um sério problema,  até foi legalmente interditada a sua cópia; só que se manteve o “vício” de exigir cópias por tudo e nada, nas mais diversas situações e até, pasme-se, por entidades que deviam conhecer melhor a sensibilidade de tal documento, como ficou agora mais uma vez demonstrado com a rejeição, por parte do PSD, de grande quantidade de votos da emigração que não se fizessem acompanhar daquela cópia, que o votante se sentiu desobrigado de ceder...

 

Amândio G. Martins

Predadores do que é de todos

 

No nosso país existem muitas zonas ditas protegidas, mas com muito pouco quem as proteja, sempre que alguém poderoso lhes lança o “olho gordo”, como foi visto em imensos casos “PIN; e quando esses “empreendedores” não conseguem aprovação oficial, fazem de conta que já a obtiveram e avançam com grande aparato para o terreno, não sendo difícil adivinhar importantes cumplicidades na tramóia.

 

Começam a construír, mesmo que haja denúncia popular das irregularidades, porque contam ver a coisa aprovada, beneficiando do facto consumado, porque seria grande desperdício, num país tão pobre como o nosso, tranformar em entulho tanto dinheiro ali gasto.

 

Na Extremadura espanhola vive-se uma polémica assim, nascendo na zona protegida de Valdecañas um imenso complexo turístico-habitacional, com a bênção do presidente da região, Guillermo Fernández Vara. Só que a coisa, pela sua enormidade, deu muito nas vistas, e foi parar a tribunal que, em primeira instância, a salvou da demolição, precisamente para não desperdiçar tamanho investimento.

 

Como a “Fiscalia” procedeu, como é costume, para a instância seguinte, o Supremo mandou mesmo demolir, o que levou o governante da região a declarar que vai recorrer para o Constitucional; é que este senhor, que é médico e começou na política nos tempos da Aliança Popular, mais tarde mudou-se para o PSOE, deixando anticorpos nas gentes da Direita, de onde provêm grande parte dos juízes actualmente nas altas instâncias judiciais, não sendo de excluír que tenha sido isso a influir na decisão, e não a preocupação da Justiça com as Zonas Protegidas...

 

Amândio G. Martins

Das vertigens do tempo

 

ESPECULADORES DO TEMPO

 

O tempo é-nos dado como graça

Mas vemo-lo esvaír-se sem volta

Fazendo importante quem o conta

Tornando este mundo uma desgraça.

 

E vemos a cada dia que passa

Nas ensandecidas horas de ponta

Tanta dificuldade que defronta

Quem sai cedo e entra tarde em casa.

 

Passam horas em transportes públicos

Grandes massas de seres abúlicos

Mal descansados por uns parcos tostões;

 

O patrão viaja refastelado

Porque os que se deslocam como gado

São a fonte inesgotável de milhões...

 

Amândio G. Martins

A trampolinice compensa...

 

 A Justiça fez sentar no banco dos réus, 

o secretário-geral do PSD, José Silvano. 

Motivo: Faltas na Assembleia da República validadas como presenças, pela sua

colega deputada. Uma trampolinice. Ambos 

negaram o registo - a evidência(!).

É sintomático e cíclico, nunca ouvi, vi ou li,

quaisquer criminosos, desde corruptos a banqueiros fraudulentos, passando por mais que alegados burlões a se assumirem! 

Aqueles foram considerados trampolineiros.

A mesma Justiça, ilibou-os(!). Cada vez mais se tem a percepção que a batotice compensa, a Justiça é dual e está paulatinamente a perder crédito...

O Ministério Público pede e bem a condenação

de Silvano por presenças fantasma. Escrevi - e bem - porque enquanto funcionário do Estado,

dois trabalhadores, conluiados, validaram faltas ao serviço, reciprocamente. Foram

processados disciplinarmente e não só.

Qual a diferença entre estes funcionários e aqueles dois, que servem o mesmo Estado?

Mais uma vez, dois pesos e duas medidas.

Quando o modelo não vem de cima, sinaliza

uma democracia escangalhada...

Vítor Colaço Santos 

AINDA AS ELEIÇÕES

Para que servem as sondagens?

Empate técnico; taco-a-taco, diziam eles. Tanta aldrabice, mete "impressão"! Isto já vem de longe, mas ainda há pouco, nas anteriores eleições (autárquicas), foi o que se viu...

Em termos de credibilidade, quanto vale uma sondagem? Mais do que uma piada? Há que desmascarar quem vive à custa do "pagode".

António Costa conseguiu aquilo em que nem ele acreditava. Maioria absoluta, não é Poder absoluto. Bonitas palavras...

Rédea solta para consolidar o Poder da parasitagem; do compadrio; do amiguismo; da malfadada corrupção. 

Não tenho "fé" nenhuma. Segundo os historiadores, a corja já domina há duzentos anos.

Nota - José Silvano, o líder "paralamentar" do pêpêdê, foi ilibado, juntamente com Emília Cerqueira, deputada do mesmo Partido, da acusação do Ministério Público, por esta se dispor a "picar o cartão" do seu chefe, confirmando a presença dele na Assembleia da República.

Segundo ela, a intenção não era a de falsear a presença dele no Plenário. Pois...

Faz lembrar aquela velha anedota: " o traque que aquela senhora deu, não foi ela, fui eu"...

José Valdigem

  

Que seca!

 

A península está a passar por tempos de seca pouco comum, e quem vive nas aldeias sente mais os seus nefastos efeitos; daí que não deixe de ficar irritado com aqueles pivôs que, ao lerem as notícias, nos informam, com um largo sorriso, que o “bom tempo” vai continuar, com temperaturas acima do normal para a época.

 

Junto àquela a que chamo a “horta de fora”, por ficar um pouco afastada do quintal, passa o ribeiro que tem início no monte do topo da aldeia, mas a água que neste momento leva está reduzida a um magro regato que mal se houve correr; caminhava um dia destes na ecovia para montante do Lima, e parei no pontão por baixo do qual passa este ribeiro, antes de se perder no rio, e vai quase igual, quando em invernos normais, naquele ponto, podia ver-se um ruidoso caudal, depois de ter colhido as escorrências do trajecto todo.

 

Conversava aqui com o conterrâneo Zé do Redondo, que também anda preocupado, e ele lembrou-me aquele ano em que caíu “aquela” ponte; “não sei se foi mesmo esse ou o anterior” -  dizia ele – que também tivémos um inverno sem chuva, mas quando começou a chover, foram três meses seguidos de muita água. E eu recordo que houve realmente uma primavera muito chuvosa, de tal forma que o Lima alagou o casco velho da vila até ao meio, coisa que não acontecia desde que se fizeram as barragens do Lindoso e Touvedo. No caso de agora, embora não precisemos de tanta, oxalá venha aí uma primavera molhada...

 

Amândio G. Martins

Desculpas Esfarrapadas

 

O que mais surpreende nas forças políticas da esquerda extremada é que, na tentativa de explicar o mau resultado obtido há dias, insistem na mesma conversa estragada que os levou a uma tão traumatizante derrota, num caminho que dificilmente os reconduzirá aos tempos felizes; de facto, nunca se autocriticam, admitindo que não andaram bem, antes atribuem exclusivamente a causas externas a “hecatombe”.

 

Diz Jerónimo que o fracasso eleitoral se deveu à chantagem que o PS fez ao eleitorado, explorando o medo que o PSD se aliasse à extrema-direita, se dela precisasse para formar Governo -  como se não se prenunciasse essa grande possibilidade - que fez engordar a sua votação; Catarina diz que tinham consciência do perigo que representava a não aprovação do Orçamento, mas que não seriam fiéis ao mandato se o tivessem aprovado.

 

Jerónimo diz agora que não baixarão os braços, intensificando acções de rua e mobilizando os sindicatos, exercícios que não deixarão de atrapalhar a vida da gente, que o que mais valoriza é ter trabalho e tranquilidade para se desenvolver, sem os “atranquilhos” de toda a ordem que as ditas acções potenciarão, com duvidoso proveito para o seus autores.

 

Enfim, valha-nos a poesia de Sophia: “O demagogo diz da verdade a metade/ E o resto joga com habilidade/ Porque pensa que o povo só pensa metade/ Porque pensa que o povo não percebe nem sabe”...

 

Amândio G. Martins

 

 

 

 

 

 

AUTODEFESA

 

“GALALAUS”

 

 

Quer ter o que só vêem os teus olhos

E que não pode ter se tu não queres

Abusador de todas as mulheres

Só querendo conspurcar-lhes os sonhos.

 

Ao que te demonstre intentos medonhos

Pensando submeter-te aos seus quereres

Fácil brinquedo para os seus prazeres

Opõe-lhe uma barreira de abrolhos.

 

Aos que não respeitam regra nenhuma

Capazes de traír-vos uma a uma

Sem nem se lembrarem das irmãs e mães;

 

Cumpre-vos saber metê-los na ordem

Que as que o tentarem muito podem

Com as suas capacidades mentais.

 

Amândio G. Martins

 

De pequenino é que se torce o pepino

Se o medo dos eleitores de que o PSD, em ganhando as eleições, pudesse vir a formar Governo com o apoio do Chega não existisse, estou certo de que o PS não teria a maioria absoluta. Mas teve, e, neste momento, não há que chorar pelo leite derramado, que o futuro já está aí. Portanto, viremos a página (que é o que está na moda…) e preparemo-nos para minimizar os efeitos adversos que podem estar ao dobrar a esquina, entre os quais o fortalecimento de uma extrema-direita inóspita, desagradável e provocatória, “Ventura fashion”. Enfrentando a expectável vitimização que os populistas vão gritar aos sete ventos, os partidos decentes representados no Parlamento deverão bloquear, à nascença e por voto legítimo, toda e qualquer tentativa do Chega de ocupar uma das vice-presidências da Assembleia da República. Que todos os partidos exerçam já o bloqueio que eles merecem, assumindo a obrigação de explicar devidamente ao País as legítimas razões por que o fazem. Evitemos, convictamente e sem medos, que o pepino se converta numa serpente.

O quero, posso e mando aí está...

 

 A maioria absoluta do PS, já dá «frutos». A erradicação  do Orçamento do Estado para 2022, da proposta de englobamento obrigatório no IRS das mais-valias imobiliárias é o tiro de partida, para o que aí vem...

Não surpreende. Aquela medida daria um acréscimo de receita, não despicienda, de 10 milhões de euros. Este bónus/dádiva serve e alivia os privilegiados do costume, que já têm altos rendimentos e são, ciclicamente, potenciais foragidos aos impostos. O peso fiscal é para os trabalhadores. A direita (PSD) e a extrema-direita (IL e Chega), rejubilam. Pudera!

Para quem propôs, esta medida era limitada, e de propaganda do governo, disse, o PCP e o Bloco, respectivamente. Seria simbólica, ainda assim, com aquela soma fortalecia-se o SNS, ou a instrução pública, ou a Cultura que, esmagadoramente, se encontra num estado deplorável.

Para quem tece loas ao PS\Costa, por submissão, seguidismo ou acriticismo políticos, eis o começo

do que, já está na forja...

                                         Vítor Colaço Santos