domingo, 10 de abril de 2022

Como "Ben-Hur" em Semana Santa

 

A Justiça espanhola acaba de dar por concluído mais um processo envolvendo o Partido Popular, condenando este partido ao pagamento de uma multa de 204 mil euros, coisa risível comparada com os roubos de milhões em dinheiros públicos de que desfrutou para campanhas eleitorais e obras nas sedes. Os empresários envolvidos nas jogadas sujas levaram penas leves, a maior de seis anos e meio, mas o então autarca de Boadilla del Monte, na Comunidade de Madrid, foi condenado a trinta e seis anos de cadeia.

 

Posta a questão ao actual presidente do partido, Núñes Feijóo, respondeu que se trata de um caso com vinte anos, assunto que não o preocupa nada; entrevistado o que foi vereador do mesmo partido, ao tempo  naquela autarquia, que foi quem denunciou o que ficou conhecido por “trama Gurtel”, por não ter estômago para aquilo, respondeu sem titubear que se trata do partido mais corrupto da Europa nos últimos cinquenta anos; para a mesma questão, um ministro socialista respondeu que as notícas de corrupção envolvendo o PP são tão normais como "Ben-Hur" em Semana Santa.

 

É que a corrupção, no referido partido, é uma forma de estar na vida pública, como se continua a verificar com a investigação em curso na Comunidade de Madrid, até pela justiça europeia, envolvendo a compra de material sanitário na qual o irmão da presidente embolsou larga fatia como intermediário; como se fosse pouco, rebentou agora mais um escândalo, desta vez na autarquia da capital, governada pelos mesmos, em que numa compra do mesmo tipo de material, para uma factura de 15 milhões, metade foi distribuído em comissões, envolvendo um primo do presidente e mais dois mânfios...

 

Amândio G. Martins

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