Fez bem o leitor Tomaz Albuquerque em lembrar, na sua carta publicada em 6 de Abril, no PÚBLICO, o livro “Os leitores também escrevem”, uma colectânea de textos produzidos por 12 entusiastas das cartas dirigidas a diversos órgãos de comunicação social. Não fiz parte desse grupo, mas, em Janeiro de 2015, por iniciativa da sua alma mater, Maria do Céu Mota, viria a integrá-lo num blogue entretanto formado, “A Voz da Girafa”. Revelador do entusiasmo então vivido, o blogue foi fazendo o seu percurso, com frequente reflexo nas “cartas” que os jornais mais importantes iam publicando. Se, no início, até se conseguiram organizar encontros nacionais dos participantes, em Lisboa e no Porto, as con(tra)dições viriam a deixar marcas pelo caminho e, por razões muito diversas, o número de “escreventes” cedo começou a diminuir.
Escrever não é tarefa fácil, sobretudo para os não-profissionais, e nem todos se dão a esse trabalho, tanto mais que, ao fazê-lo, nos estamos a expôr, e, tornando públicas as nossas opiniões, nos submetemos ao escrutínio alheio, arrostando com críticas a que, por vezes, não conseguimos resistir. Pior do que isso é quando a crítica resvala para o ataque pessoal e, como se sabe, nas redes sociais, as tão cantadas “linhas vermelhas” ultrapassam-se com demasiada facilidade. Apesar de tudo, o blogue sobrevive através de um punhado de “resistentes” que, teimosamente, ali vão depositando os seus contributos, longe do fulgor contraditório que chegou a ostentar e que perdeu. É pena.
Público - 07.04.2022 (truncado da parte sublinhada).
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