Sendo Portugal um país que, a par de Espanha, constituía o que de mais atrasado havia na Europa, o passo de gigante que em abril de 74 se pretendeu dar na restauração da democracia, que o dito “Estado Novo” havia tanto tempo tinha amordaçado, foi tolhido por aventureirismos que por pouco não descambaram numa cruenta guerra civil.
Não fôra aquela atempada correcção, em novembro de 75, e o trabalhinho de sapa de mentores de ideologias que nada tinham a ver com o sentir da maioria dos portugueses tinha surtido efeito, porque muitos dos fautores do quanto pior melhor, para quem expulsar das empresas os seus criadores e legítimos gestores era “socialismo”, já tinham dado a coisa como quase amadurecida.
O 25 de novembro foi o que já demorava, a começar por grande parte daquelas populações a quem uma coisa chamada “5ª Divisão” tinha tentado inqualificáveis lavagens ao cérebro, sem o menor respeito pelos seus usos e costumes, que começaram por lhes correr bem a princípio, mas só enquanto pareceram novidade bem intencionada.
Só que as pessoas depressa caíram em si, entretanto prevenidas por quem tinha da democracia concepção bem diferente; e quando mais tarde uma nova incursão foi tentada, em jeito de “folow up”, aqueles "doutrinadores" sentiram o sabor amargo da rejeição.
Sendo improvável terem por cá sucesso tão estapafúrdias ideias, como se tem verificado em sucessivas eleições, estruturar com elas um Estado só seria possível por imposição da força, e de tal desgraça acabava de saír o país; mas se, por absurda hipótese, tal se pudesse ter verificado, seríamos hoje, na Europa, uma espécie de “reserva de índios”...
Amândio G. Martins
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