Após os
tenebrosos incêndios ocorridos em 2017, a limpeza dos matos parece-nos estar a
ser feita sem normas ambientais, a eito e sem jeito.
Todo o
‘material sólido combustível’ ou ‘biomassa’ – que é assim que agora se designam
as árvores e outra vegetação, bem como todos os seres que neles habitam -, têm
os dias contados. Tudo serve para ser abatido.
As árvores,
arbustos e ervas que ficam dependentes da exigência de serem ‘limpas’, são
parte integrante de um ecossistema com vida, albergando insectos, répteis e outros
seres vivos.
As aves
dependem da manta morta que cobre o solo, dos arbustos e das copas das árvores,
para repouso e nidificação.
O ruído das
motosserras e das roçadeiras sobrepõe-se à quietude dos montes e vales.
Este país,
cronicamente incapaz de prevenir os criminosos fogos ao longo de décadas,
vira-se agora com toda a ferocidade contra a primeira vítima do fogo – a
NATUREZA -, a qual, por incúria humana, por ser combustível e arder, não por
si, é que tem de ser eliminada de qualquer maneira, e comandada por mangas-de-alpaca,
refastelados nos seus cadeirões, em gabinetes de luxo, no Terreiro do Paço.
Neste
continuado atropelo ambiental, os responsáveis poderão também vir a decretar o
fim do ar, porque sem oxigénio também não há combustão.
Resumindo,
tome-se bem a atenção para o provérbio que diz que ‘mais vale prevenir do que
remediar’, isto é, acabe-se de uma vez por todas com tão criminoso negócio da
época de todos os incêndios, e jamais haverá cinzas e ranger de dentes, pois,
assim, todos lucraremos, eliminando com todos os luciféricos parasitas, que
vivem à custa da desgraça alheia.
José Amaral
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