quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

Greve ao tacho

- Não teimo e muito menos juro, mas cá para mim, o Carlos Ramalho foi aconselhado a deixar de comer por uns dias. Olhando para ele e abservando bem o homem, ele está obeso, barrigudo até dizer, chega. Com certeza que algum enfermeiro atento às suas banhas que se enrolam por debaixo da camisa, formando pneus, e até dando-lhe forma de folhos por debaixo do casaco apertado, disse-lhe, num momento de greve em pausa, para ele fazer dieta rigorosa. Então ele tomou a difícil decisão de ir para um banco de jardim em frente do Palácio de Belém, e ali com a pasta preta dos alimentos de urgência, representa o papel de um grevista de fome, à espera que o presidente lá apareça com o colete amarelo fluorescente, para o assistir, já que os seus colegas enfermeiros estão de greve dura e não a podem furar para lhe dar apoio cirúrgico, nem vitaminá-lo como requer a situação, tal como se recusam a fazê-lo aos doentes dos hospitais. Desta forma, o sindicalista chefe, que já andava há tempos para iniciar um programa de emagrecimento, encontrou agora esta oportunidade para o fazer, disfarçando-a como gesto de luta a favor da resolução esperada e muito reivindicada. Por mim, sou a favor da greve encetada pela classe do sindicato que os representam, e não devem desistir dela para dar ajuda e cuidados de saúde ao grevista de fome, pois só contribuiriam para ele nunca mais perder o papado e as banhas que lhe pesam, para cima e para baixo da cintura;
                                            

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