domingo, 10 de fevereiro de 2019

SNS: e o ensino dos médicos?

O Serviço Nacional de Saúde (SNS) anda nas bocas do mundo. A disputa está a fazer-se na discussão das diferentes propostas de Lei de Bases da Saúde, acusando-se uns aos outros de terem ideologia a mais ou de quererem  mercantilizar um bem maior que é a saúde dos cidadãos. Estes últimos à custa do financiamento pelo Estado do seu "negócio". O Sistema Nacionalde Saúde ( Sist.NS) deve comportar o SNS, com privados complementarmente? Público,privado e misericórdias em plano de igualdade? Declaro-me desde já ao lado ao lado dos primeiros mas entendo o debate, que é necessariamente ideológico, pois daí nasce uma estrutura organizativa que pela ideologia é enformada.
Dito isto, há uma coisa de que quase nunca se fala: o ensino pós-graduado. É que discutir o acima dito pode ser válido no presente, com "a papinha feita" mas .... e no futuro? Agora vai-se notando a deterioração do SNS pela debandada dos profissionais médicos para onde ganham mais, os hospitais privados, mas o tempo não pára e o ensino pós-graduado só é feito nos organismos públicos (hospitais e centros de saúde) e assim... de onde vão nascer as novas gerações bem preparadas que têm sido o suporte do óptimo SNS que (ainda...) vamos tendo? Por "partenogénese"? E não se pense que é por "monopólio de cartel" do Estado! É que ensinar custa tempo e dinheiro e, atrevo-me a dizer, empenho solidário. E a medicina privada não quer estes custos e valores. Quer fazer bem, não duvido, mas socializando os custos e capitalizando os ganhos. Quem trata... os que aí vêm no futuro?

Fernando Cardoso Rodrigues   

3 comentários:

  1. Mão amiga fez-me chegar a informação de já há hospitais privados com idoneidade dada pela Ordem dos Médicos para internatos de especialidade em determinadas áreas. Penitencio-me pelo meu texto anterior. na parte que a isto diz respeito. Que foi o cerne do meu escrito.

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    1. Congratulo-me pelo seu cuidado em nome do rigor. Mas deixe-me dizer-lhe que a precisão agora registada não altera em nada o "cerne" do seu escrito. Quantos hospitais serão e em que áreas? Se não fosse o SNS...

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    2. Vinha aqui para completar o meu comentário de ontem, mas aproveito o que José Rodrigues escreve para o fazer. É que o texto seminal que escrevi, também foi hoje impresso no PÚBLICO e isso obrigou-me a escrever ao jornal (há momentos) pedindo as mesmas desculpas que aqui já deixei expresssas. Isto porque o que escrevo só a mim próprio responsabiliza.
      No entanto, também sei que o ensino privado é residual e ontem à noite mesmo, no "Prós e Contras" a própria ministra da Saúde, afirmou que "só o Estado faz formação (pós graduada)" e ninguém rebateu a afirmação.

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