É urgente um Mundo Novo
A democracia é o sistema político onde os oprimidos escolhem
os opressores. Sinto-me um cão abandonado a latir pela noite dentro. O meu
ladrar não encontra eco, porque ladrar é feio e incomodativo. Os que detêm o
poder não percebem que o mundo mudou e tem de ser orientado por normas
diferentes, mais humanas e menos competitivas. Os que construíram os alicerces,
de pedra bruta, que suportam os belos edifícios, são tão merecedores de
respeito, como os artistas que desenharam ou esculpiram as obras de arte que os
enfeitam. Enquanto isso não for entendido, nada feito. O grande problema, que é
raiz de todo este hediondo descalabro, é que os progenitores de opinião e os
seus comentadores, sejam nacionais ou internacionais, na sua maioria, formulam
todos os seus escritos assentes em valores desactualizados de progresso,
especialmente os dos séculos XVIII e anteriores, onde a produção de riqueza,
com a Revolução Industrial e as descobertas de novos mundos, melhorariam o
bem-estar dos povos. Na verdade, houve saltos civilizacionais, que não são de
menosprezar, mas que hoje já não são suficientes para servir de lastro social,
pelas diferenças que em si comportam.
Hoje, no século XXI, a sociedade não pode estar dividida
entre ricos e pobres. É urgente uma nova e diferente estrutura social. A sociedade
deve estar ao serviço de todos e todos devem servi-la. Os cidadãos, com as suas
diferenças e culturas, devem caminhar para o entendimento e não para que uns
sejam os únicos possuidores da verdade e, por isso, deverem destruir os que
estão errados. As diversas cartilhas, que servem a quase totalidade dos
opinantes, estão ultrapassadas e é preciso escrever uma nova mais actualizada
de acordo com aquele que virá a ser “UM ADMIRÁVEL MUNDO NOVO”
Não é fácil retirar privilégios a quem os tem, especialmente
num mundo em que, a maioria deles, foram obtidos em negociatas, onde o mérito
não teve entrada. As leis em vigor, na maioria dos casos, protegem os que as
elaboraram, que pensam servir-se delas eternamente. Só que a história
mostra-nos que, se hoje temos uma civilização de que muitos se orgulham, foi
porque todas as anteriores civilizações tiveram um tempo limitado de
existência. Há diversas formas de governar os povos, mas as actuais tem uma
premissa igual; os poderosos, os donos dos diversos poderes, sejam políticos,
económicos ou financeiros, desprezam aqueles que os suportam, com é possível
deduzir pela forma como se comportam. Chegados a este estádio, é o momento de
começar a construir UM ADMIRÁVEL MUNDO NOVO, porque este, o actual, está
estupidamente a autodestruir-se.
Joaquim Carreira
Tapadinhas, Montijo, BI 9613,
jcatapadinhas@gmail.com
Amigo Tapadinhas, depois de ler estes seus "latidos", que poderei eu dizer de novo, de inovador? Talvez que o amigo, assim como tantos outros, mas não os suficientes, vão/vamos continuar a latir.E, infelizmente, já não deixaremos de o fazer, porque não veremos esse tão necessário ADMIRÁVEL MUNDO NOVO. Mas, que outra alternativa nos aponta a dignidade, se não a de continuarmos a latir? Abraço solidário!
ResponderEliminarNo meio de tanta banalidade, já tinha saudades de ler do prof. Tapadinhas um texto de fôlego...
ResponderEliminarNem tanto ao mar, nem tanto à terra. Eu também gosto de ler o amigo Tapadinhas. Mas, para além dele, são só banalidades?
EliminarTenho plena noção de que talvez não devesse estar aqui mas penso também que o Joaquim Tapadinhas não me perdoaria o silêncio sobre aquilo que escreveu. Aliás é simples. Concordando em grande parte com o seu texto,só não lhe "perdoo" o ter escolhido para o seu desejado mundo o título com que Aldous Huxley epigrafou o seu magnífico livro.É que de ADMIRÁVEL aquele mundo descrito tinha muito pouco! Sabendo de antemão que entenderá a razão porque aqui venho, saúdo o Joaquim e o seu escrito.
ResponderEliminarObrigado por ter voltado ao nosso convívio, numa fase em que o mundo, onde a maioria das pessoas vivem, é demasiado desconfortável. Pode perdoar-me a escolha do título do artigo, porque não sendo Aldous Huxley proprietário das palavras, mas, desejando, eu, um mundo melhor e diferente lembrei o título do seu livro, do qual possuo, na minha descontrolada biblioteca, pelo menos 2 edições, sendo uma, o número 25 da colecção Dois Mundos, de Livros do Brasil e a outra da colecção Mil Folhas, editada pelo jornal Público. O meu despretensioso artigo nada tem a ver com o conteúdo do livro, de mais de duzentas páginas, concebido por esse espírito superior, intelectual que aos 17 anos quis ser médico, mas, por problemas de saúde, acabou por se licenciar em Letras, em Oxford, com 22 anos. Um forte abraço lusitano para o Fernando
EliminarTexto com a classificação de CINCO ESTRELAS.
ResponderEliminarUm forte abraço para quem sabe.
Muito obrigado a todos pelas palavras sinceras que me dirigem, e que vão ao encontro da sinceridade com que escrevi este texto. Um grande abraço fraterno
ResponderEliminarNo dia em que aqui deu "sinal de vida", tanto tempo depois de ter "desaparecido", também tive o prazer de ouvir na Antena 1 o Dr. Fernando Rodrigues,falando da programada deslocação do INFARMED para o Porto; espero sinceramente que, pelo que disse, não venha a ser por aí apedrejado!
ResponderEliminarNão tive a sorte de ouvir Fernando Rodrigues na Antena 1. Já agora, pode saber-se o que disse? Prometo não o apedrejar, mesmo que não esteja de acordo...
EliminarDuas respostas - Ao senhor Ramalho: embora eu também contribua com algumas, não disse que eram só banalidades, pero que las hay, las hay...
ResponderEliminarAo senhor José Rodrigues: Não seria correcto da minha parte repetir o que disse o Dr. Fernando na rádio pública; penso que o senhor terá como ouví-lo directamente...
É verdade, companheiro Amândio, não disse que eram só...Não deixa de não ter razão.
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