NAVEGAR À VISTA, PARA GANHAR VOTOS...

Já sabíamos todos (mesmo os do PS que estão convenientemente calados) que a génese deste governo teve a ver com sobrevivência, neste caso de um perdedor, António Costa. Também temos observado, ao longo destes significativos dois anos de experiência, que o governo não tem uma estratégia de médio e longo prazos, apenas e só porque está dependente de forças políticas cujos projectos políticos são incompatíveis. Qualquer reforma do Estado que o governo pense fazer, esbarra logo com os interesses sindicais-corporativos da CGTP-PCP. E quando o governo, fruto do bom desempenho da economia (leia-se turismo), tenta pagar uma parte da dívida para consolidar as finanças públicas, logo o BE e o PCP gritam que os excedentes de tesouraria têm de ser gastos para repôr congelamentos feitos durante o período de resgate financeiro. De nada valerão os esforços do PR para fazer chegar bom senso àquela gente, pois os seus interesses corporativos nada têm a ver com os superiores interesses do País. Mas agora, com esta inusitada decisão de mudar de supetão a sede do Infarmed para a cidade do Porto, ficámos a saber que a incompetência e a má gestão tomaram conta do governo, em nome do voto. O Porto estava desiludido com a derrota do governo em trazer uma agência europeia para aquela cidade, e logo António Costa para assegurar votos em futuras eleições, vem fazer “um bonito” e dar uma prenda ao Porto. Tudo à revelia dos trabalhadores do Infarmed, de qualquer estudo ou planeamento que tivesse demonstrado antes as vantagens económicas e/ou sociais desta mudança. O Estado, este ano dramaticamente falho em defender as populações de catástrofes, está agora entregue a grupos de interesses vários, menos os do interesse nacional.