“Obedecemanda”
Com o título em epígrafe, escreve Miguel Conde Coutinho, no JN
de hoje, o texto que transcrevo parcialmente:
“Por muito que me esforce, por grande boa vontade que tenha,
ninguém me convence que faz sentido que haja trabalhadores que têm direito a
promoções automáticas.
Podem trabalhar muito ou pouco, bem ou mal, com empenho ou
desdém. Passam os anos, muda-se de escalão, aumenta-se o salário. E se o elevador
da carreira parou, porque o país ficou de rastos, pouco interessa. Assim que
houve um ligeiro levantar de cabeça, logo apareceram os que exigem voltar ao
mesmo sistema, sem qualquer mudança que o torne mais justo.
Não faltam por aí corporações, sindicatos e associações que
só pedem, pedem muito, pedem o que puderem. E o Governo de António Costa aceita
tudo. Neste país liderado com o apoio do PCP e do BE, pede quem pode, obedece
quem manda”.
Nota – Tendo trabalhado o melhor tempo da minha vida activa
numa multinacional que pagava acima da média nacional a todos os seus
trabalhadores, fosse qual fosse o posto de trabalho que ocupasse, na categoria
profissional a que pertencia vigorava um sistema remuneratório que eu
considerava justíssimo, que passo a descrever:
Cada profissional tinha metas anuais para cumprir, divididas
por doze meses, e auferia um ordenado base; sobre o resultado atingido em cada
mês, somava uma dada percentagem
individual e outra colectiva. Isto era assim porque, como nem todos trabalhavam
em zonas de iguais potencialidades, quando tivessem um mês mais fraquito, havia
sempre a possibilidade de equilibrar o orçamento com o que viesse do resultado
colectivo.
Como quaisquer que fossem os resultados individuais, muito
bons ou sofríveis, cada uma tinha sempre
de justificá-los, as promoções eram alcançadas em função de vários factores, um
dos quais era a qualidade pessoal e profissional revelada...
Amândio G. Martins
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