quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Havia mesmo outro


Não falta quem desanque em António Costa e no seu governo. Surpreendidos com a resiliência do primeiro-ministro às intempéries anunciadas que, mais tarde ou mais cedo, o fariam cair, muitos dos que nunca lhe perdoaram a “habilidade” de formar um executivo que outros, mais ungidos, não conseguiram, só se esperavam os sinais de má fortuna para lhe caírem em cima. Desvalidos da “sorte” que seria as instituições europeias impedirem-no de gozar mais do que os sacramentais 100 dias de “graça”, acobertaram-se nas pregas do destino à espera das desgraças que, afinal, até se concretizaram. O governo desgovernou-se com os incêndios, Tancos, a legionella, o Panteão, o descongelamento das carreiras e até o Infarmed. À coca, os pregoeiros do infortúnio brotaram como cogumelos, alertando-nos para as insuficiências na saúde e no ensino, para a permanência da austeridade. E não é que é tudo verdade? Pois, melhor do que antes, mas tão verdade quanto as incontestadas melhorias no emprego e no desemprego, no crescimento do PIB e no rendimento dos portugueses, no investimento, na dívida pública e no défice. Mas o mais engraçado é que onde o governo teve êxito foi nos capítulos em que a oposição lhe destinava um inexorável fracasso, qual fatalidade matemática. No resto, onde averbou desaires, alguns deles perfeitamente evitáveis, o governo escorregou no fortuito e no imprevisível, por vezes com dolorosas perdas. Afinal, havia outro… diabo.

Público - 11.12.2017

2 comentários:

  1. Aquela menina que sucedeu ao Gaspar até afirmava, entre muitos abanões de franja que, ao fim do primeiro trimestre de Governo, ficaria demonstrada a inviabilidade daquela "solução"... O pobre Coelho, esse, até dizia que se "aquilo" funcionasse, ele não tinha andado a fazer nada...Mas esta desonesta e muito incompetente gente, tendo visto fugirem-lhe, um a um, os argumentos de estimação, agarram-se às desgraças, que lhes surgiram como tábua de salvação,quando toda a gente ponderada viu que todas elas tinham acontecido com eles!

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  2. Aproveitaram o "diabo" que estava "mais à mão"... Agora, porque é que "este diabo" veio é que não se percebe bem. Mas que as contas estão a bater certo, ninguém o duvida.

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