As
revistas “Forbes”, “Exame” e o banco “Crédit
Suisse”, divulgaram os números do saque. Os números da vergonha.
Os números do capitalismo predador. Assim, segundo a Forbes, a nível
de países, o principal baluarte e gendarme do sistema, os EUA,
continuam a liderar destacadamente com 15 milhões e 356 mil
milionários (fortunas de pelo menos 1 milhão de dólares), seguidos
do Japão com 2 milhões e 693 mil, depois o Reino Unido, a Alemanha
e, com o seu sistema misto, a China. Individualmente, Bill Gates, com
89,3 mil milhões de dólares, foi ultrapassado por Jeff Bezos, o
dono da Amazon, com 95,7 mil milhões.
Cá
pelo burgo, também temos novidades! Segundo o relatório “Global
Wealth 2017” publicado pelo banco acima referido, em 2016
,Portugal, que está em 61º lugar do ranking mundial, tinha 61 mil
milionários, tendo este ano o número subido para 68 mil. E esta!
Portanto, só num ano, mais 7 mil beneficiados do sistema a chegarem
ou a ultrapassarem o milhão de dólares. E, conforme a revista
Exame, este é o quarto ano consecutivo que as 25 maiores fortunas
lusas, registam um crescimento, somando agora 18,8 mil milhões de
euros, mais 15 mil milhões que em 2016. Lidera o grupo Amorim,
seguido do Jerónimo Martins, Guimarães de Mello e SONAE.
Em
2017, 50,1% de toda a riqueza mundial, está nas mãos de 1% dos
milionários.
Tudo
isto, num mundo onde milhões morrem literalmente de fome ou de
doenças evitáveis. Num mundo, onde, segundo a OIT, 152 milhões de
crianças são obrigadas a trabalhar para sobreviver.
Voltando
ao nosso cantinho, onde, como se vê, a crise não bate à porta de
pelo menos 68 mil, antes pelo contrário, há quem ache que os outros
9 milhões e tal ,devem estar quietinhos e calados, só porque temos
agora um governo um tanto mais decente. Como se o sistema que provoca
tantas e tão brutais assimetrias sociais, tantas e tão brutais
patifarias e misérias, não continuasse.
Francisco
Ramalho
Corroios,
16 de Novembro de 2017
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