segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Poluição absurda!


Há um aspecto do abuso nefasto das queimadas da vegetação de sobrantes agrícolas que nunca vejo referido - sendo só dado ênfase ao perigo de incêndio -  que é a poluição escusada e absurda do ambiente.

O JN, num trabalho de Ana Peixoto Fernandes, ouviu o comandante operacional do CDOS (Centro Distrital de Operações de Socorro) de Viana do Castelo, distrito onde se abusa desta prática, e as palavras de Marco Domingos são elucidativas: em dois ou três dias foram comunicadas cerca de um milhar de ocorrências, mas como a comunicação de quem pretende queimar não é obrigatória fora do período crítico, devem ter sido muitas mais...

Claro que foram muitas mais, senhor comandante, podendo à vontade multiplicar por três o número que apontou; e é um hábito tão estúpido que 90% daquilo que queimam podia ser utilizado com vantagem como estrume para as terras, tão saturadas andam de fertilizantes químicos!

É evidente para qualquer pessoa minimamente informada, e informação a respeito é o que não falta, que esta prática causa imenso dano à saúde de todos quantos são obrigados a respirar por tanto tempo este ar saturado de fumo.

Aqui na minha aldeia começam a queimar mal entra o outono e só param a meio da primavera, se já for proibido, e mesmo assim arriscam nesse período; tem dias que a camada de fumo é tal que fica tudo encoberto, como uma espessa camada de nevoeiro, sobretudo se não houver vento; às vezes interrogo-me aonde irão buscar tanta coisa para queimar...

Do meu lado nunca vêem fumo, porque junto a folhagem das videiras, castanheiros e outras fruteiras a um canto dos terrenos, e quando chega a época de proceder a novas plantações e sementeiras, aproveito tudo para fertilizar, que a terra tudo come.

São toneladas de carvão inconscientemente lançadas na atmosfera, que não se “somem lá para cima”, como me dizia um octogenário, a quem lembrei que a fumarada que fazem nos mata a todos aos poucos; penso que as autoridades se deviam preocupar mais a sério com este tipo de poluidores, envolvendo as Juntas de Freguesia em sessões de esclarecimento.


Amândio G. Martins


2 comentários:

  1. Obrigado por me relembrar esse seu saber. Conhecia-o dos meus tempos de infante e adolescente, quando vivia na aldeia, mas o ser citadino em que me tornei ( "execrável" para alguns), fez-mo esquecer.

    ResponderEliminar
  2. É suposto nas aldeias poder-se respirar ar puro, mas quando dá na veneta a este pessoal desatar a queimar, creio que este lugar não fica a dever nada a Pequim e Bombaím...

    ResponderEliminar

Caro(a) leitor(a), o seu comentário é sempre muito bem-vindo, desde que o faça sem recorrer a insultos e/ou a ameaças. Não diga aos outros o que não gostaria que lhe dissessem. Faça comentários construtivos e merecedores de publicação. E não se esconda atrás do anonimato. Obrigado.

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.