Poluição absurda!
Há um aspecto do abuso nefasto das queimadas da vegetação de
sobrantes agrícolas que nunca vejo referido - sendo só dado ênfase ao perigo de
incêndio - que é a poluição escusada e
absurda do ambiente.
O JN, num trabalho de Ana Peixoto Fernandes, ouviu o
comandante operacional do CDOS (Centro Distrital de Operações de Socorro) de
Viana do Castelo, distrito onde se abusa desta prática, e as palavras de Marco
Domingos são elucidativas: em dois ou três dias foram comunicadas cerca de um
milhar de ocorrências, mas como a comunicação de quem pretende queimar não é
obrigatória fora do período crítico, devem ter sido muitas mais...
Claro que foram muitas mais, senhor comandante, podendo à
vontade multiplicar por três o número que apontou; e é um hábito tão estúpido
que 90% daquilo que queimam podia ser utilizado com vantagem como estrume para
as terras, tão saturadas andam de fertilizantes químicos!
É evidente para qualquer pessoa minimamente informada, e
informação a respeito é o que não falta, que esta prática causa imenso dano à
saúde de todos quantos são obrigados a respirar por tanto tempo este ar
saturado de fumo.
Aqui na minha aldeia começam a queimar mal entra o outono e
só param a meio da primavera, se já for proibido, e mesmo assim arriscam nesse
período; tem dias que a camada de fumo é tal que fica tudo encoberto, como uma
espessa camada de nevoeiro, sobretudo se não houver vento; às vezes
interrogo-me aonde irão buscar tanta coisa para queimar...
Do meu lado nunca vêem fumo, porque junto a folhagem das
videiras, castanheiros e outras fruteiras a um canto dos terrenos, e quando
chega a época de proceder a novas plantações e sementeiras, aproveito tudo para
fertilizar, que a terra tudo come.
São toneladas de carvão inconscientemente lançadas na
atmosfera, que não se “somem lá para cima”, como me dizia um octogenário, a
quem lembrei que a fumarada que fazem nos mata a todos aos poucos; penso que as
autoridades se deviam preocupar mais a sério com este tipo de poluidores,
envolvendo as Juntas de Freguesia em sessões de esclarecimento.
Amândio G. Martins
Obrigado por me relembrar esse seu saber. Conhecia-o dos meus tempos de infante e adolescente, quando vivia na aldeia, mas o ser citadino em que me tornei ( "execrável" para alguns), fez-mo esquecer.
ResponderEliminarÉ suposto nas aldeias poder-se respirar ar puro, mas quando dá na veneta a este pessoal desatar a queimar, creio que este lugar não fica a dever nada a Pequim e Bombaím...
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