sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Fácil de mais surfar essa onda


Vai por aí o “fim do mundo” só porque uma maioria de deputados, de vários partidos, terá aprovado uma lei de financiamento “exorbitante”, às escondidas, como se não fôssemos sempre nós, de uma forma ou de outra, a pagar os custos da Democracia.

Não embarco nesse “folclore” por várias razões, a principal das quais é que, não sendo os partidos entidades com fins lucrativos, a isenção de IVA, deixando-lhes mais dinheiro, pode e deve reduzir também a necessidade de financiamento no erário público.

Assim, o que me parece importante é que as contas não ofereçam dúvidas: de onde vem o dinheiro, quanto entrou, quanto se gastou, se são cumpridos os orçamentos apresentados. É sabido que os dois maiores partidos, que se alternam no Poder, não são nada poupados nas diversas campanhas. Todavia, de um, diz-se que tem enormes dívidas; do outro, que tem os cofres cheios.  Será interessante saber qual a sua fonte de financiamento extra...

É frequente usarem o argumento da “Festa do Avante” como sendo um “negócio da China” para o PCP; ora, se têm inveja façam o mesmo, se forem capazes, que as regras que o permitem estão aí para todos os outros

Dirigente de uma organização com um cadastro indecoroso nesta matéria, a D. Cristas tenta colher dividendos de não ter oportunisticamente assinado o entendimento; Nuno Melo, em mais um dos seus panfletos das quintas feiras no JN, faz o mesmo, como se não fossem bem conhecidas as trafulhices do partido em que são figuras de prôa...


Amândio G. Martins




7 comentários:

  1. Subscrevo na íntegra. Parabéns pela sua síntese. Bom ano para si e para os restantes escribas deste espaço de liberdade.

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  2. Senhor Amândio, espero que não leve a mal; postei este seu texto na minha página do face book. Assinada por si,evidentemente.

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  3. Ora aí está um belíssimo assunto de discussão. Confesso desde já não estar suficientemente preparado para ter verdades conclusivas, mas, ainda assim, vou dizer o que penso.
    Antes de mais, é preciso saber o que é que, na realidade, se vai alterar. Estava tudo bem antes?
    Depois, constatar que, de uma maneira ou de outra, o Estado (todos nós) é que deve pagar o funcionamento dos partidos. É surpresa para alguém que a Democracia fica cara? Na parte que me toca pagar, faço-o com muito gosto, na certeza de que, desta forma, não tenho proibição de partidos no sistema (ou não tenho partido único, o que vai dar ao mesmo).
    Acima de tudo, o que me parece fundamental é que o sistema de fiscalização destas coisas, pelo Tribunal de Contas, Tribunal Constitucional ou outro qualquer órgão credível e isento, funcione com rigor e eficácia.
    O que verdadeiramente contesto é a forma como tudo foi feito, às escondidas e mesmo sem actas de reuniões. Era mesmo preciso ser assim?
    No post, a referência à Festa do Avante é tão simples quanto verdadeira. Muito bem!
    A facilidade com que se tratam estes assuntos faz-me lembrar um outro, a que darei atenção em post autónomo. Trata-se do Montepio.

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  4. A RDP-Antena 1, fez um "Antena aberta" para discutir a questão do financiamento; os mais acirrados contra a nova lei deixaram claro que não são precisos partidos para nada...

    Senhor Ramalho: comigo está sempre à vontade. Um bom ano também para si, com boa saúde, assim como para os demais

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  5. Como já disse num comentário a um texto do José Amaral, creio, não possuo todos os dados para julgar o financiamento dos partidos mas os caminhos que seguiram para aprovar a lei, foram "descaminhos". E só isso já é de criticar pois leva às tais "bocas" primárias que o Amândio refere, na Antena 1 e não só. Mas também eu sei bem que a democracia custa dinheiro e os partidos são necessários, direi mesmo absolutamente necessários.

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  6. Sabemos bem que é hoje muito difícil manter seja o que for escondido por muito tempo, pelo que não acredito que os partidos tivessem essa intenção...

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    1. Vi hoje de madrugada (maldita insónia!) a "Quadratura do Círculo" da passada 5ª feira. Não sendo eles um "oráculo" ( como ninguém), gostei do que ouvi sobre o assunto. A sua última "crença", caro Amândio martins, acima expressa é louvável mas toda aquela forma de "fazer a lei" se não é por "má consciência" só pode ser mesmo por "burrice" ou... talvez um pouco das duas... com um "pingo" de "sonsice" e cobardia (vide o que disse Pacheco Pereira). O método é que foi o diabo....

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