segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

OS SEM-ABRIGO E A HIPOCRISIA DE MARCELO

A subida vertiginosa das rendas em Lisboa e no Porto, ditada pelo desenfreado aumento do turismo, está a reduzir praticamente a zero os quartos anteriormente protocolados para acolherem pessoas em situação de sem-abrigo.
São os próprios responsáveis pelas instituições que trabalham com pessoas sem-abrigo a reconhecer a dificuldade da situação: "Há muito menos oferta. As pensões em Santa Catarina, 31 de Janeiro ou Bonjardim, que acolhiam estas pessoas, agora respondem-nos que são alojamento local e que só trabalham com turismo", lamenta António Fonseca, presidente da União das Freguesias do Centro Histórico do Porto. Em Lisboa, a realidade é semelhante.
Calcula-se que sejam cerca de 4000 as pessoas sem-abrigo em Portugal- o conceito abrange as que estão na rua e as que se encontram em quartos ou pensões-, das quais metade viverá na capital. Sem teto, nesta altura, em Lisboa, serão cerca de 300.
É claro que há muita hipocrisia no discurso e práticas do Presidente da República, Governo e autarcas. São eles que promovem o turismo a torto e a direito. São eles que vendem as nossas cidades aos estrangeiros endinheirados. Eles não estão verdadeiramente preocupados com os sem-abrigo que são tratados como cães. Os sem-abrigo são cidadãos como os outros, com a mesma dignidade, que merecem casa, alimentação, educação, cultura, humanidade. Numa sociedade socialista ou anarquista não há cidadãos de primeira e de segunda. O apoio aos sem-abrigo só pode ser uma prioridade.

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