A situação
vivida nesta IPSS, de acordo com o que tem sido noticiado, é, de facto,
bastante escabrosa, tendo em conta os vencimentos auferidos pela líder, pelo
seu marido, pelo filho, bem como pelo prestador de ‘elevados serviços’, o qual
pediu a demissão de secretário de Estado, juntando-se ainda outros indícios de
autêntica gestão danosa.
No entanto, é
muito lamentável o conluio que tem havido entre esta instituição e o Estado, do
qual, incompreensivelmente, tem recebido chorudos subsídios, verdadeiramente
impensáveis para milhares de congéneres, que todos os ‘tostões’ contam para
sobreviver.
A grande
maioria das IPSS são administradas por pessoas que o fazem por mero voluntariado,
sem auferirem qualquer remuneração, conforme os estatutos da quase generalidade
das misericórdias existentes no país.
Eu mesmo faço
parte da mesa administrativa da Misericórdia de Armamar e da qual recebo
somente responsabilidades pelos actos de voluntário dados à mesma instituição. Isto
quer dizer, que o Estado tem milhares de cidadãos que gerem graciosamente
aquilo que o próprio Estado deveria fazer.
Portanto, o
modo presumivelmente criminoso como tem agido a administração da Raríssimas só
terá sido possível graças ao laxismo inspectivo de proximidade de entre os
poderes estabelecidos em Lisboa e a própria administração, uma vez que os visíveis
sinais exteriores de riqueza e fausto são incompatíveis com uma instituição de
solidariedade social de referência, que, por arrastamento comportamental,
incrimina também e põe em dúvida a seriedade de todas as IPSS que operam devotadamente
em Portugal.
José Amaral
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