sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Mais uma onda para surfar


Somos useiros e vezeiros a expender juízos “à primeira”, mas convém não cavalgar as ondas de qualquer forma, mesmo quando parecem fáceis. Depois do financiamento dos partidos, ocorre-me que o assunto Santa Casa/Montepio possa estar, também, a ser alvo de “facilidades” de raciocínio. Esclareço que não tenho informação privilegiada sobre o assunto, pelo que as minhas dúvidas não passam disso mesmo, dúvidas. Certezas, não.

Limito-me a apontar que há certas “más-línguas” – ao que parece, essas bem informadas - que insinuam que a resistência da direita à entrada da Santa Casa no capital do Montepio se deve única e exclusivamente ao desejo encapotado de forçar esta instituição mutualista a dar guarida a capitais privados. Há muitas maneiras de privatizar e, a serem verdade essas insinuações, talvez a rejeição generalizada da aplicação financeira da Santa Casa possa ser vista sob outros ângulos.

3 comentários:

  1. Se nos lembrarmos dos esforços da Direita para impedir que a Caixa entrasse nos "eixos", não é nada de estranhar que estejam a fazer o mesmo com o Montepio...

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  2. Desta vez não estou de acordo consigo José. A "má língua" que cita, li-a também ontem no PÚBLICO pela pena do Ascenso Simões, deputado do PS. Mas se entrarmos no jogo de "fiz porque o outro fez ou vai fazer", não vamos parar nunca. Por mim não cavalgo onda nenhuma e já há muito disse: a Santa Casa não é para isto de ser accionista de bancos. E mantenho.

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    1. Caro Fernando,
      Deixe-me registar aqui que, no meu post, procurei não ser assertivo relativamente a qualquer das posições que se possam tomar. Pelo contrário, frisei as dúvidas que tenho sobre o assunto, totalmente da minha responsabilidade, por conhecimento incompleto dos factos que relevam. Também li o texto de Ascenso Simões, que me pôs a pensar, e não integro o grupo dos que possam tentar justificar qualquer coisa com “o outro fez ou vai fazer”. Estaria a entrar no campo da révanche que, definitivamente, não me interessa e, penso eu, não o sugeri no texto. Confesso que a minha alergia congénita a muitas das privatizações que andaram a fazer por aí se manifestou vigorosamente. Mas, penso eu, não será escandaloso que o lema da Santa Casa (“por boas causas”, segundo a Wikipedia), se possa aplicar ao assunto em causa, atendendo também a que a Instituição, no âmbito da sua missão de promoção do Bem Comum, intervém no sector da Economia Social (sempre Wikipedia). Fundamental é que não se violem os seus Estatutos e, se for possível evitar privatizações encapotadas e mal intencionadas (se é que se trata disso), então não vejo males maiores. Mas, Fernando, percebo a sua renitência em manter a Santa Casa estritamente dentro dos fins para que foi fundada.

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