No
mesmo dia, ou 1 ou dois dias antes ou depois, não interessa, da
morte de Belmiro e Zé Pedro, morreram também 4 honrados e dignos
pescadores ao largo da Figueira da Foz. Sabiam? Ou, pelo menos, o
nome deles, souberam? Evidentemente que não!As honras, a informação
até há exaustão, foram para o empresário e para o musico. Para os
media do sistema, que é que interessa 4 simples pescadores? E
depois, isso é notícia? Vende?
Ninguém
põe em duvida a inteligência e a argucia de Belmiro de Azevedo que
soube tirar o máximo proveito do sistema. O sistema (capitalista)
sobre o qual já Almeida Garrett dizia; “ E eu pergunto aos
economistas, políticos, aos moralistas, se já calcularam o número
de indivíduos que é forçoso condenar à miséria, ao trabalho
desproporcionado, à desmoralização, à infâmia, à ignorância
crapulosa, à desgraça invencível, à penúria absoluta, para
produzir um rico?” É verdade que as condições dos milhares, dos
milhões, que são necessários para produzir ricos, melhoraram
depois do grande e humanista escritor, mas, graças à sua luta! No
entanto, para os media do sistema, como se constata, continuam
a não passar de meros números.
Em
relação ao popular músico, não foi dado praticamente qualquer
destaque às causas da sua morte. Porquê? Ele próprio, como pessoa
generosa que era, deu-a .Numa das muitas entrevistas que fazia
questão de o dizer, até como medida preventiva para outros
,nomeadamente para os jovens, disse: “estar na moda não é
experimentar tudo, há que saber dizer ,Não!”. E o Zé Pedro
disse, não! Mas, como experimentou e abusou de tudo (também o disse
nessa entrevista ao Blitz e noutras) álcool, anfetaminas, cocaína,
heroína, já foi tarde. O seu fígado não aguentou e o
transplantado também teve duração limitada e o nosso amigo Zé Pedro,
pagou o preço mais alto. A vida apenas com 61 anos. Volto a
perguntar, como era sua vontade por solidariedade com os jovens,
porque omitiram os media para os quais os pescadores, os
mineiros, os carpinteiros, os trabalhadores, são apenas números?
Quem ficaria a perder eram apenas os imorais que se enchem à conta
de tantas vidas, como a do malogrado Zé Pedro.
Francisco
Ramalho
Corroios,
2 de Dezembro de 2017
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