terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Devagar se temos pressa...


Apesar de estar a crescer bastante mais que a portuguesa, a economia espanhola ainda não se libertou do famigerado “procedimento por défice excessivo”, e os aumentos de preços agora anunciados são bastante mais gravosos que em Portugal; segundo percebi, a luz aumenta 10% e o gás 6%, com tudo o resto a aumentar em cascata.

E se é verdade que o salário mínimo deles é bastante  mais gordo que o nosso, também o custo de vida lá é maior: “Suben los precios, pero no los salários”, ouvi numa TV de lá, onde as lamúrias de rua se ouvem no mesmo tom que aqui ouvimos as nossas.

Aqui, há uma corrente que defende a renegociação da dívida como forma de passarmos a poder respirar melhor; outros argumentam que é cumprindo tudo direitinho, sem romper acordos,  que se ganha credibilidade para que o custo do dinheiro vá baixando – como já vem acontecendo -  e com isso vá sobrando algum para ir reduzindo ao tamanho do “monstro”.

Conhecendo como conhecemos, porque o temos sofrido na pele, a insensibilidade do capitalismo, voto pelos que defendem que se cumpra, e se não passe a mensagem que podemos gastar como se não houvesse amanhã.  É que muitos dos que abominam o capitalismo, não resistem aos seus cantos de sereia, comprando sem ter como pagar...



Amândio G. martins

5 comentários:

  1. Por isto é que este espaço tem interesse. Por ser pluralista, respeitando-se as opiniões diferentes, mesmo antagónicas por vezes. É este o caso.Acho que o voto do Senhor Amândio é um apelo à resignação e a continuarmos assim, isto nunca se alterará. Pronto, aqui estão duas opiniões. Quem ler que decida.

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  2. Somente em relação à dívida. Porque não se poderá, em simultâneo, pagar e renegociar? A negociação é uma palavra chave no léxico da gestão. Se ficamos descredibilizados por querer fazer o que os capitalistas financeiros incluem no seu jargão como método de trabalho só fica a tal... insensibilidade daqueles. Dir-me-ão: mas é assim. Bom, mas aí entramos no domínio da ética política e, se desistimos, de lutar pela nossa credibilidade de razões, então o "Fim da História" do Fukuyama tem vencimento total. O que não é verdade, mesmo porque a VIDA encarrega-se de desdizer essa asserção inelutável.

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  3. Sabemos que, no tempo e no espaço em que vivemos, quem dá as cartas são os donos do dinheiro; como sou dos que pensam que não devemos "dar o passo maior que a perna" , tenhamos presente o que se vai conseguindo, e o que se pode perder com a pressa em querer tudo ao mesmo tempo...

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    1. Percebo-o. A diferença entre nós os dois, neste caso da renegociação da dívida, é que "o passo está à medida da perna", na justeza e na exequibilidade.

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  4. Enquanto a justiça não for um bem ao alcance de todos, procuremos o equilíbrio do desejável com o possível...

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