sexta-feira, 18 de maio de 2018

A importação de lixo

Há um programa aos sábados, depois do Telejornal das 20h00 com o titulo “100% Português” que, apesar de uma certa maneira mais cómica do que ponderada, nos vai chamando a atenção para a produção portuguesa de muita coisa que até muitos de nós ignorávamos que esteja acontecer. São produtos com muita aceitação no estrangeiro, feitos com materiais portugueses e mão-de-obra nossa.
Este programa é alicerçado em chamamentos: comprem o que é nosso, o que é português é bom. É a nossa fruta, as nossas compotas, os nossos maravilhosos queijos, os azeites, os vinhos, móveis… e até roupa de burel.
Já tenho ouvido muitas conversas sobre este programa e o cuidado que muitas pessoas começaram a ter de verificar a origem do que estão a comprar. Pelo menos estamos alertados que todos podemos e devemos ajudar a economia do nosso País.
Mas há coisas que não consigo entender. A importação de lixo. A economia portuguesa precisa de não deixar sair Euros mas continua-se a importar coisas que não interessam nada e que só estão a encher grandes armazéns.
Por exemplo: há uma quantidade de lojas na baixa de Lisboa e em todas as vilas e aldeia onde os produtos são confeccionados em países do fim do mundo. Até imagens da Senhora de Fátima são feitas em países que nem devem saber onde fica Fátima.
Para que precisamos de milhares de jarras, jarrinhos, caixas e caixinhas de loiça ou de metal ou madeira? E blusas e camisolas? E chinelos? E guardas chuvas que com uma ventania mais forte logo se viram e não servem para nada?
Sabemos também que muito destes artigos são confeccionados lá longe onde uma certa escravatura está implementada e também na exploração de mão-de-obra infantil. Claro que muitos acreditam que comprando estão a ajudar essas pobres criaturas mas… a verdade é que eles continuam escravizados e os “donos” é que vão aumentado as suas grandes fortunas com a “ajuda” dos países que se dizem civilizados.
Devemos parar de comprar? Alguns de nós acham que sim principalmente não gastando o nosso dinheiro em coisas não necessárias que apenas deixam que outros sejam explorados e não enchendo o nosso País de armazéns de lixo… (não haverá entidades oficiais que verifiquem a segurança – ou melhor – a insegurança das zonas onde essas caves/armazéns estão situadas?)   
E muito mais importante comprar o que é português, gastando a nossa matéria-prima, os nossos produtos e dando trabalho à nossa mão-de-obra consolidando assim os números da baixa taxa de desemprego.

Maria Clotilde Moreira



1 comentário:

  1. Dizem-me que já foi pior, muito pior; que a qualidade tem melhorado a olhos vistos. De qualquer forma, as portas foram-lhes abertas para que do lado deles também se abram para nós...

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