Tocado pela
avidez de dinheiro e de poder dos tempos correntes, o desporto competitivo, maxime futebol, transformou o jogo leal,
límpido e aberto num caldo pútrido em que a lúdica medição de forças passou
para segundo plano, suplantada que foi pela conquista das benesses e prebendas
associadas.
Com sentidos
díspares, desde Pompeu a Caetano Veloso, e passando por Fernando Pessoa,
proclamou-se que “viver não é preciso”. O importante é vencer o “inimigo” e
arrebanhar o respectivo prémio. O adversário, agora inimigo, não é o
complemento do jogo, é apenas o “insecto” a esmagar, a sua existência só serve
para satisfazer o nosso ego triunfante. Estes “ganhadores”, incapazes de
compreender que sem adversários não há vitória, tão pequeninos na sua
“grandeza”, não se dão conta de que, como escreveu Vítor Hugo, n’Os Miseráveis,
“não há nada tão estúpido como vencer; a verdadeira glória consiste em
convencer”. Coitados, não convencem ninguém.
JN - 01.06.2018 - com o título alterado para "Não há nada tão estúpido como vencer" e truncado da parte sublinhada.
Expresso - 02.06.2018 - publicado na íntegra.
JN - 01.06.2018 - com o título alterado para "Não há nada tão estúpido como vencer" e truncado da parte sublinhada.
Expresso - 02.06.2018 - publicado na íntegra.
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