quinta-feira, 31 de maio de 2018

Ganhou a estratégia do medo!

Igrejas, partidos e movimentos «puristas» usaram a estratégia do medo para negarem o legitimo direito do doente terminal determinar o seu fim, medicamente assistido. A Assembleia da República (AR) chumbou a Lei da Eutanásia e o seu livre arbítrio, direito adquirido plasmado - na Declaração Universal dos Direitos do Homem. PCP, CDS e PSD foram os autores da negação. Rejubilaram…
   A proposta de Lei não antecipava a morte, obrigatoriamente. Também estava em causa despenalizar as acções médicas e estas podiam ser negadas por objeção de consciência. Os estrategos do medo declararam que havia o risco de eutanasiar crianças e doentes mentais. Falso, todos os projectos consideraram essas hipóteses como crime.  
  A AR tem toda a plenitude dos poderes conferidos, para tomarem iniciativas de levar a plenário qualquer assunto. Não é este o entendimento do líder par(a)lamentar do PSD, ao dizer que quem não inscreveu este tema no seu programa eleitoral fica deslegitimado. Fernando Negrão sonegou deliberadamente que a eutanásia foi levada ao Parlamento, através duma Petição Pública, amplamente subscrita. Desde 2015 que o debate está lançado. Dizer que o Povo ainda não está preparado, lembra o ditador Salazar, que nos infantilizava assiduamente.
   O CDS não esteve à altura do debate, em não reconhecer sequer que a Medicina não pode tudo. Pior, Assunção Cristas em debate anterior na AR, com António Costa, teve a desfaçatez em lhe dizer, que se a eutanásia fosse lei, era uma forma de diminuir os custos do SNS(!). Há coisas que não se dizem. Foi repugnante!
   Este chumbo defende o Estado opressor que nega o direito ao fim das pessoas em estado vegetativo e em morte lenta. Inqualificável.
   Quem é rico vai à Suíça para ser eutanasiado. Quem é pobre sofre a humilhação  do prolongamento da sua agonia atroz e irreversível. A eutanásia virá e vencerá!

                                                                                           Vítor Colaço Santos

1 comentário:

  1. Infelizmente não me vai responder, mas confesso a minha estranheza por, depois de ter dito o nome dos três partidos que inviabilizaram a lei, só ter "dissecado" dois deles. Como sabe, resposta fora deste local...não vale.

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