No
Parque Natural da Serra de S. Mamede, mais concretamente no belo Vale
de Aramenha, encontram-se as ruínas e demais vestígios daquela que
foi uma importante cidade do Império Romano, Ammaia. No seu auge,
por volta do século III DC, calcula-se que a sua população chegou
às 6 mil almas. Quase o dobro do concelho onde se situa, Marvão.
Dos
25 hectares que ocupava, apenas 2% dessa área está explorada. Mesmo
assim, é rico e interessantíssimo o espólio. Para além de
inúmeras moedas, estatuetas, loiças, adornos pessoais, sarcófagos,
almudes, etc., uma das coisas que impressiona é saber-se que
naqueles tempos tão longínquos, já ali se fabricava e moldava
vidro. As belíssimas taças, e jarras expostas, assim o confirmam.
Situada
no eixo Lisboa Mérida, Ammaia, foi um importante entreposto
comercial da Lusitânia. E é hoje um valiosíssimo documento vivo da
nossa pré-história e do Império Romano. Lamentavelmente, tão
pouco conhecido!
Um
grupo de 54 alunos e professores da Universidade Intergeracional do
Concelho de Almada (UNICA), visitámo-la há dias. Dos 54, a grande
maioria, nunca, nem sequer tinha ouvido falar nela. E não somos, de
certeza, exceções a nível nacional.
Administrada pela “Fundação Cidade de Ammaia”, cujos membros
são a Câmara Municipal de Marvão, a Direção Geral do Património
Cultural (DGPC), as universidades de Évora e de Lisboa e o
comendador Rui Nabeiro, nomeadamente, a CM de Marvão, até como
elemento potenciador turístico, será que está a fazer o que lhe é
possível para a sua divulgação? E a DGPC? O Sr. Ministro da
Educação e Cultura, já solicitou ao seu colega que superintende
no grupo RTP para que os seus canais televisivos e de rádio,
suprimam uns minutos aos intermináveis comentários, análises e
palpites sobre futebol, e divulguem aquela ( e outras) preciosidade
histórica?
Aqui
ficam as perguntas e o nosso modesto contributo para a sua
divulgação.
Francisco
Ramalho
Corroios,
13 de Maio de 2018
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