Alienação absurda!...
Prezo-me de poder dizer que nunca me deixei alienar por
coisa nenhuma, nem mesmo por futebol, que é o que está sempre “mais à mão” no
nosso país; havia na casa onde primeiro morei em Lisboa um catraio que andava
sempre a dizer “não há pai pró Benfica”, o que me levou a “macaqueá-lo” numa
conversa entre rapazes meus conterrâneos, todos sportinguistas, provocando no
Gaspar, um tipo excepcional, a seguinte reacção: “Quê?! Se voltas a dizer isso
levasmo-te já para a terra”!
E a partir daí fiquei “sportinguista”, embora raramente
fosse com eles “à bola”, não só porque nunca tive para isso grande apetência
como me dava mais gozo ir ao Parque Mayer ver as revistas, de que ainda lembro
nomes como Humberto Madeira, José Viana, Eugénio Salvador, Ribeirinho, Spina,
Camilo de Oliveira, entre tantos outros e muitas senhoras também de nomeada,
que “estrelavam” sempre aquele tipo de espectáculo teatral, que envolvia muita
gente e cantores convidados para cada peça.
Daí que nunca tenha entendido o fanatismo pelo futebol, ao
ponto de transtornar até gente com altas qualificações académicas, que perde
completamente a noção do triste papel que faz; e haver gente nos meios de
comunicação, como aquele “jornalista” do Benfica, Valdemar Duarte que, segundo
percebi, até tem carteira profissional, a proferir as barbaridades que há pouco
li no JN, deve ser por sentir necessidade de satisfazer aqueles “doentes”.
Este exemplar de “jornalista” foi visto, na “Benfica TV”, na
transmissão do Porto-Benfica, a proferir estas pérolas da sua tribo: “Chega a
corja do Futebol Clube do Porto; como é que há gente que ainda acredita nesta
corja e bandidagem; eu sei bem o que é esta gentalha”. E, referindo-se aos
jogadores: “Digo só os números porque até tenho dificuldade em chamá-los pelo
nome, porque são bandidos; o mafioso do Luís Gonçalves mete nojo; dizer que é
um cão é uma ofensa à raça canina”. E cabe aqui perguntar se um sujeito deste
calibre pode ter carteira profissional de jornalista...
Amândio G. Martins
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