terça-feira, 15 de janeiro de 2019


Pagar ou não pagar propinas...


Sabemos, os mais informados, que somos um país de escassos recursos, que não produzimos riqueza suficiente nem para saldarmos as dívidas contraídas, não  conseguindo fazer melhor do que ir gerindo e pagar o que vai vencendo com mais dívida; todavia, anda mais de “meio mundo” à espera de ter de graça os mais variados serviços, dando cada vez mais argumentos aos que não se cansam de pregar que “não há almoços grátis”.

E concordo com o que diz o prof. Vital Moreira no mais recentre número de “Dinheiro Vivo”: “Nada fazia esperar uma medida tão radical como o anúncio da eliminação das propinas, “fuga para a frente” de contornos eleitoralistas; é que a abolição de propinas é, antes de mais, um prémio aos ricos e à base social  da elite política, que assim ficam dispensados de qualquer contribuição para aquilo que é essencialmente um investimento pessoal em melhor emprego e melhor remuneração. Trata-se de uma supina iniquidade fazer pagar o ensino superior por quem não o frequenta.

Ao contrário do que se argumenta, a eliminação das propinas não vai aumentar só por si a frequência do ensino superior, visto que os principais obstáculos económicos estão ligados às despesas associadas, como alojamento, alimentação e livros; são as bolsas de estudo e não a ausência de propinas que podem aumentar a frequência do ensino superior por quem padece de dificuldades económicas”...


Amândio G. Martins

2 comentários:

  1. Totalmente de acordo. O meu medo sabe qual é? Que, nem ponham as propinas a zero.... nem distribuam mais e melhores bolsas (somente) aos que delas precisam...Bom, vou tentar fugir do pessimismo....

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  2. Quando um estudante - e são muitos, cada vez mais - interrompe os estudos universitários, não por não ter aproveitamento, mas por comprovada falta de meios económicos para prossegui-los, não ajudar essa pessoa parece-me um atentado ao progresso do país...

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