A economia é uma “ciência” que estuda a melhor aplicação de recursos escassos na satisfação de necessidades. Se, qual Tio Patinhas, o Governo despende o melhor de si a gerir esses recursos apenas para os aferrolhar ou mesmo para os engordar, sem acudir às necessidades reais da população, está a prestar-lhe um péssimo serviço, ainda que alguns canhestros, que dão primazia aos recursos monetários sobre a própria fome e a dos seus, lhe batam muitas palmas. Privilegiar a avareza a todo o custo é ter o Mercedes à porta e não dar pão aos filhos. Centeno não é, certamente, um sovina desse calibre, mas o País, nas suas reais limitações, precisa de ler, nos dias de hoje, reportagens como a de Natália Faria (PÚBLICO de sábado passado) que relata situações de insuficiência de pessoal nas escolas, a pôr em perigo o bem-estar, a segurança e a saúde de funcionários, professores e alunos? Precisa de ler as repetidas notícias sobre a penúria nos hospitais, a causar dor desnecessária e, sabe-se lá, mortes antecipadas por mero raciocínio financeiro? Se é só para ter contas “opulentas”, deixemo-nos de tacanhices financeiras, que só alegram os ricos de dinheiro mas, talvez, pobres de espírito.
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