segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

DISCRIMINAÇÃO INCOMPREENSÍVEL




Com os votos a favor do PS,PSD, CDS e do PCP, a Assembleia da República lamentou a morte do cavaleiro tauromáquico Joaquim Bastinhas, guardou um minuto de silêncio e aprovou um voto de pesar. O PAN votou contra, e o BE e o PEV, abstiveram-se.
Compreenderíamos este gesto se ele se cingisse apenas em relação à pessoa em si. Mas já não compreendemos a discriminação, uma vez que a AR não procede de igualmente modo relativamente à morte de tantos outros compatriotas. Portanto, o que todos aqueles representantes do povo enalteceram, foi a actividade pela qual Joaquim Bastinhas se distinguiu. Actividade essa que, para alguns, é arte, mas para tantos outros, não passa de um espectáculo cruel,bárbaro e primário. Portanto, a anos luz de ser consensual. E ainda menos compreendemos, mesmo sendo a tauromaquia considerada arte, porque não foram distinguidos tantos outros artistas, estes, sim, consensuais, como, só para citar apenas alguns dos que recentemente nos deixaram; a fadista Celeste Rodrigues e a cantora Madalena Iglésias, as actrizes Guida Maria e Maria Eugénia, o actor Paulo Guerreiro, o pintor Júlio Pomar e outros ilustres compatriotas como Batista Bastos, Manuel António Pina, Carlos Veiga Pereira, Catalina Pestana.
Francisco Ramalho
Corroios, 7 de Janeiro de 2019


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