“Figuras públicas” a martelo...
Ainda o prof. Hermano Saraiva andava muito activo contou que
um dia, quando chegava a casa, era ele ministro, veio a correr um filho dizer-lhe
que, na televisão, lhe tinham chamado um nome feio; quis saber que nome tinha
sido e o filho respondeu que lhe tinham chamado “figura pública”!
Parece que, na cabeça do miudo, essa conotação pejorativa
teria a ver com a forma como, lá em casa, terá ouvido referir as senhoras que
ganham a vida vendendo o corpo; e a verdade é que muitas das “figuras públicas”
que a toda a hora nos são metidas pelos olhos pouco mais serão que aquelas, praticando
actos não menos “tristes” para aparecer, seja de que forma for.
Não terão nada a perder e tudo que possa vir de menos mau é
ganho, mas a forma como hoje toda a gente se expõe nas “redes sociais”, sem ter
a mínima noção dos riscos, mostrando aspectos da sua vida que só serão
interessantes para elas, mas achando que vão deixar extasiados uns quantos
basbaques, revela bem a sede que têm de notoriedade a qualquer preço.
Diz no JN José Manuel Diogo, “especialista em Media Intelligence”,
a propósito do hacker do Benfica, “que a
maior parte das empresas portuguesas ainda trata a Internet como uma espécie de
carteiro inofensivo e com asas que manda e recebe cartas sem precisar de selo.
Põem alarme em todas as janelas do escritório mas não vigiam os computadores e
os smartphones, que são uma porta escancarada para dentro de casa”.
(...)
“E quando o frigorífico começar a encomendar sozinho 300
iogurtes por dia, até podemos achar graça, mas se o carro autónomo do vizinho
nos entrar pelo quintal ou as comportas
das barragens se fecharem e ninguém tiver água em casa não vai ser bom; nem quando aviões comerciais
forem desviados do destino e navios de guerra bombardearem cidades sem
autorização de quem comanda”...
Amândio G. Martins
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