sexta-feira, 1 de março de 2019

A SOCIEDADE DOS SUICIDAS

A taxa de suicídio está a aumentar em Portugal, especialmente entre as mulheres e os jovens. Em 2017, foram registados 1061 suicídios, ou seja, mais 80 casos, mais 8% do que no ano anterior. Os dados mais recentes do INE revelam que os homens continuam a responder pela maioria dos óbitos (74%). No entanto, foi nas mulheres que a subida teve mais impacto, com um aumento de 19% para os 274 suicídios (mais 43 casos).
Também se tem verificado um aumento dos suicídios entre os mais jovens. Em 2017, registaram-se 46 casos em pessoas com menos de 24 anos, mais 15 casos do que em 2016. Fausto Amaro, presidente da Sociedade Portuguesa de Suicidologia, afirma que urge um "maior apoio na área da saúde mental dos jovens porque é uma área de grandes riscos, com muita influência das redes sociais".
A sociedade capitalista e tecnológica torna as pessoas depressivas, bipolares e esquizofrénicas. Leva a que as pessoas compitam ferozmente entre si, na luta pela vida. Não são só os poderosos que são vis, os pequenos e os médios também tendem a lixar o parceiro do lado em busca do dinheiro, do poder, do sucesso. E no meio disto tudo fica o vazio, fica o tédio, fica uma vida sem sentido. As pessoas deixam de acreditar no mundo e em si próprias, sofrem. Por isso põem fim à vida. O próprio amor, a verdadeira amizade, a solidariedade, são desencorajadas na sociedade do controlo e do espectáculo. A liberdade é castrada. A vida é negada. Só a grande revolução global nos tirará deste inferno. Só a grande revolução global nos devolverá a celebração e a alegria.

1 comentário:

  1. Atenho-me ao terceiro parágrafo. Mais até à primeira frase dele. A doença bipolar e a esquizofrenia têm sempre uma base genética, embora a epigenética possa ter algum papel na sua expressividade. A depressão pode não possuir a primeira, embora, nalguns casos, ela possa existir. Quanto ao peso do segundo factor etiológico ( e adjuvante), as suas inferências poderão até estar certas, mas não serão lineares e únicas como parece serem para si.

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