quarta-feira, 13 de março de 2019

Agregar ou cristalizar?

Três pontos de vista têm sobressaído sobre a viagem de circum-navegação de Fernão de Magalhães. O da Real Academia Espanhola (RAE), "manu política" da direita mais ultraconservadora do país vizinho, nacionalista até ao âmago; a igualmente nacional-saudosista posição portuguesa presente nalguns pequenos círculos e, felizmente, a "terceira via" ( de que Rui Tavares é um exemplo) que, tendo uma mundividência mais larga e actualizada, elogia a "Geração de Erasmo (de Roterdão)" pois foi ela que, em termos civilizacionais permitiu que, 500 anos passados existisse.... a "Geração Erasmus". Fernão de Magalhães era português, serviu o rei de Espanha e consigo levou marinheiros de "mil" nacionalidades. Os descendentes destes últimos são os que convivem nas Unversidades de imensos países e só posso dizer: ainda bem! Sem "traições", sem espúrios "orgulhos pátrios" e sem serôdios "assassinatos vingativos"! Ah, e, felizmente, a RAE ainda não é instituição de decisão política.

Fernando Cardoso Rodrigues

2 comentários:

  1. Disse Napoleão: "a História foi feita de um conjunto de mentiras, sobre as quais se chegou a um acordo". Neste caso, não. Existem documentos comprovativos, na sua maioria em Sevilha. Magalhães foi o mentor e o realizador daquela que é considerada por inúmeros cientistas e historiadores, a maior aventura da humanidade. Vem agora a RAE querer impor que o feito é totalmente espanhol? Nuestros hermanos no logran olvidar de 1640.

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    1. O seu comentário dá-me o mote para, mais uma vez, dizer o que penso sobre a organização europeia. Obviamente que de um modo muito genérico e resumido. Que o título do meu texto já sugeria. Napoleão lá saberia o que contribuiu para essas "mentiras", mas por outro lado, percebo-o porque o seu tempo foi o dos impérios ( o dele felizmente falhado) a que se seguiu o dos nacionalismos que também não nos trazem boa memória. Seguiu-se uma época de agregação europeia que, mal cumprida nos seus métodos, ainda vale a pena viver pelo objecivo central que é agregar e tentar não deixar aparecer "senhoritos" com manias de grandeza. Que vão aparecendo cada vez mais sob a forma de potências "ideológico-pragmáticas" que se vão aproveitando dum estranho "entusiasmo" pelo regresso às Nações como se o desenvolvimento e a fraternidade só pudessem existir dentro do exíguo espaço territorial que os confina. E daí que a RAE seja uma "anquilose" civilizacional, tal com seria os portugueses dizerem que o papel de Espanha na circum-navegação não teve nada de meritório. É "peditório" para o qual não darei pois sou europeu não somente para andar pela Europa sem passaporte (ainda...) mas também porque não gosto de impérios nem nacionalismos/populismos com "tics" de "bigode ao centro". Agora cidadãos agregados e variados no pensamento, isso sempre! E acho que a História é um desenrolar de factos que, maus e bons, existiram e servem para nos ensinar e só é mentira se... adulterada ou usada para aproveitamentos ou enquistamentos limitantes e de gente limitada.

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