“Esta é a madrugada que eu esperava O dia inicial inteiro e limpo Onde emergimos da noite e do silêncio E livres habitamos a substância do tempo” Sophia de Mello Breyner Andrese.
Esta madrugada continua a ser o inicio “das portas que Abril abriu” e que não deixaremos jamais fecharem-se.
A surpresa desta madrugada é hoje o suporte das nossas vidas, é hoje ainda a esperança que havemos de ser um povo que continuaremos na história do Mundo como um exemplo a seguir. Já alcançamos tudo? Não, mas não desistiremos de saltar de patamar em patamar. Os Capitães deram-nos a Liberdade de falar, denunciar e não desistirmos até conseguirmos.
Temos a rua e instituição oficiais para lá estarmos presentes e temos o voto. O voto foi uma das principais conquistas que muitos distraídos se esquecem de utilizar para formar forças que lutam pelo povo e com o povo.
Lembram-se dos passes que ainda nem há um mês nos está a beneficiar? Foi a força de alguns eleitos que ajudados por quem está bem acordo começou a dar a volta a isto. Agora teremos de continuar a dar apoio a esses para que se alargue a todo o País de acordo com as características de cada região.
Temos de continuar a lutar por melhores escolas e reconhecimento do trabalho dos professores. Temos também de não desistir de termos um serviço de saúde oficial ao serviço de todos e desmascararmos as “subtilezas” de desejarem privatizar com argumentos “populares” que os bons clínicos estão nos seguros complementares, nos hospitais com novos equipamentos… e porque é que os vários governos não equipam os hospitais com serviços e equipamentos adequados? Alguém deve andar a ganhar por baixo da mesa?
Porque continua a ser esquecido o nosso interior? Portugal tem meios para produzir mais e até melhor do que as importações mas continua a tardar o mínimo de atenção dos sucessíveis governos para que o interior seja uma aposta de sedução de gente que quer mesmo apostar num Pais que valorize as gentes que trabalham a terra apadrinhando por exemplo uma rede interna de nos trazer até ao litoral a produção dos nossos agricultores. E o mar? Tarda que os governos oiçam as politicas concertadas de tanta gente que sabe deste assunto e rapidamente o mar seja incorporado numa fonte de riqueza para todos nós.
O dia 25 de Abril deve ser passado na rua a acompanhar as manifestações que em tantas cidades nos enchem a alma de esperança. É o dia que, mesmo com esforço porque a idade já nos vai pesando, vamos encontrar amigos e recordar o que lutámos nestes quarenta e cinco anos e prometer que vamos continuar, que não pudemos parar porque continuamos a desejar a Paz e o Pão para todos os Portugueses.
Maria Clotilde Moreira
Jornal Costa do Sol - 24.04.2019
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