“Recordações de Abril”
Transcrevo com gosto
as sextilhas que seguem, de autoria de D. Fátima Carneiro, mulher do capitão de
Abril Castro Carneiro, publicadas hoje no JN.
Recordo o dia 25 de
Abril
e a alma desse dia Primaveril.
Recordo ainda hoje o
que senti.
Recordo as emoções
entrelaçadas,
o medo e a esperança
de mãos dadas.
Estive lá. Chorei e
ri. E eu vivi.
Recordo ainda todos
os momentos,
com o sol a aquecer
os sentimentos.
Os rostos de um povo
a sorrir.
Recordo os militares
corajosos,
os capitães fortes e
valorosos,
recordo as
espingardas a florir.
Recordo a gente a
saír de suas casas,
com o olhar a brilhar
e a ganhar asas
e a voar nesse dia
sobre a História.
Recordo o sonho a ser
realidade,
de poder abraçar a
liberdade.
Recordo a alegria da
Vitória.
Recordo o povo com os
militares
e a força do querer
nos seus olhares.
Recordo a força
daquela união.
Recordo as portas das
prisões a abrir.
Os presos políticos a
saír
com lágrimas e
sorrios de emoção.
Recordo o silêncio
das espingardas,
e o verde-esperança
daquelas fardas.
Recordo as senhas da
Revolução.
Recordo olhares sem
sono e sem medo,
nessa madrugada que
acordou mais cedo.
Recordo o cravo que
eu tinha na mão.
Recordo estes anos já
passados,
alguns sentimentos alterados
e as desilusões que já
surgiram.
Recordo os militares
da Revolução
que tenho dentro do
meu coração.
Recordo os capitães
que já partiram.
Recordo já quarenta e
cinco anos,
salpicados de ilusões
e desenganos.
Recordo o Abril que
ainda está presente.
Recordo a frase que ainda
faz sentido
“O povo unido jamais
será vencido”.
Portugal caminhará
sempre em frente.
Amândio G. Martins
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