Semana pouco santa...
A campanha eleitoral em Espanha atingiu níveis de
indignidade nunca antes vistos por aquelas bandas, com os partidos da Direita a
recorrer a todo o tipo de insultos contra o líder socialista; para eles,
Sánchez é traidor, golpista, criminoso
que tem as mãos manchadas de sangue dos crimes da ETA, só porque beneficiou dos
votos dos partidos da Catalunha para derrubar o governo anterior e fazer
aprovar no congresso medidas importantes, que serão todas revertidas se a
Direita ganhar, ameaçam.
A tudo Pedro Sánchez, mesmo em campanha, tem respondido com
serenidade, o que ainda mais irrita os adversários, que lhe chamam “cobarde”,
por não responder no mesmo tom; mas a decisão que acaba de tomar, de não
comparecer a um debate a que se comprometera com os outros candidatos em
“Atresmedia”, marcado para o próximo dia 23, em favor da RTVE que,
intempestivamente, alterou a data do seu debate há muito estabelecida para 22,
remarcando para 23, sobrepondo-se ao debate da televisão privada, está a deixá-lo
na inusitada situação de ficar sem opositor, já que os restantes líderes mantêm
a palavra dada a “Atresmedia” e não comparecerão na RTVE-televisão pública,
que acusam de ceder “a las presiones de
Moncloa”.
A questão tem origem na decisão da Junta Eleitoral, de não
autorizar VOX no debate em “la Sexta”, dado não ter ainda assento parlamentar e
os partidos da Catalunha, que não foram convidados, reclamaram; Sánchez tinha
aceitado debater com VOX incluído no grupo, porque a lei não permitia àquele
partido participar em dabates eleitorais na televisão pública, pelas razões
acima apontadas; uma vez que a autoridade eleitoral também o proibiu naquela
televisão privada, Sánches viu-se desobrigado de cumprir a palavra em favor da
televisão pública, que só tinha convidado os quatro principais líderes e foi
por todos aceite, embora ninguém esperasse que esta TV fosse sobrepôr, em cima
da hora, o seu debate ao da privada...
Amândio G. Martins
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