segunda-feira, 29 de abril de 2019

COM JESUS, NO PARAÍSO

Aqui chegados, eis o reino, eis a liberdade, eis a mulher. Estamos mesmo a atingir a síntese, quer em termos filosóficos, quer em termos poéticos, quer em termos revolucionários. Estamos às portas do Céu, do Paraíso. Todos os nossos desejos se vão concretizar. Não temos dúvidas. Escrevemos na linha de Nietzsche, de Walt Whitman, de Henry Miller. E não são os capitalistas, nem os fariseus, nem os fascistas, que nos demovem. Expulsamos os vendilhões como Jesus. Partimos vidros. Ocupamos hipermercados. Derrubamos estátuas. Já fomos detidos. Já fomos a tribunal, à Judiciária. Permanecemos aqui, vivos e inteiros. Com alguns problemas de saúde, é certo. Mas aguentamos. Escrevemos o poema maldito. Gritamos nas Sereias. Estamos mesmo às portas do Paraíso. Acompanhai-me, irmãs, irmãos. Os tempos estão a mudar, como cantava Bob Dylan. Não há qualquer ditadura do proletariado. Só a liberdade pura, absoluta. Só as aves livres. Dionisos em palco. Morrison. Plant. Curtis. E chega o simpático sr. Teixeira. Palavra de honra. Nunca me senti tão livre, tão solto. Tão capaz de tudo, da poesia, da rebelião, da revolução. Jesus dá-me a mão. O Che e Bakunine também. Nunca as coisas foram tão claras, sem aparelhos, sem big brothers, sem capitalistas, sem políticos, sem burocratas, sem mercadores, sem polícias, sem exércitos, sem TV. Nunca estive tão perto de Jesus. Nunca fui tão Jesus. Nunca fui tão feliz,

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