quinta-feira, 18 de abril de 2019


Alarves...


Chamam àquilo “tradição” e consiste em se empanturrarem de carne de vaca na véspera da Páscoa; acorrem de várias localidades a Cardielos, Viana do Castelo, e todos os anos há caras novas, levadas pelos pioneiros da coisa, totalizando já cerca de 500 “alimárias”, queria dizer almas.

O pretexto é satisfazerem os desejos de carne, refreados, segundo eles, durante a Quaresma, como se houvesse muita gente a crer que passaram esse tempo todo sem lhe tocar; e para dar à festa um ar mais “fino”, mulher não pode participar do regabofe, só cozinhá-lo e servi-lo.

Esta seita deve pertencer à mesma “escola” daqueles outros que, também uma vez por ano, se passeavam em autocarro com um grande pano pintado com esta frase: “Grupo excursionista e cultural(!) “Os Parafusos”, as porcas ficaram em casa”.

Gente de larga pança e pouco software, assinalam assim o que chamam “o fim dos sacrifícios da Quaresma”, que já vai na 29ª edição e está previsto, para este ano, “destruírem” meia tonelada de carne, o que dá, se forem mesmo 500 os alarves, um quilo a cada um...


Amândio G. Martins



2 comentários:

  1. Até os jantares dos finais das histórias dos Asterix tem um ar mais civilizado🤔🤔
    Em tempos de conselhos alimentares mais frugais ,por motivos ecológicos e de saúde , um verdadeiro paradoxo dos “tempos modernos “ !

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